domingo, 10 de agosto de 2008

Solidariedade olímpica

Cobrir Olimpíada é, também, um exercício de solidariedade. Não importa que o repórter ao lado seja do jornal, TV, rádio ou internet concorrente. Lógico que todo mundo quer dar furos(o que numa cobertura dessa dimensão e com tanta gente próxima, é difíci). Mas quando você vê seu coleguinha em apuros por não ter chegado a tempo à coletiva ou à zona mista, ou precisando de uma aspa básica, não há nada de mal em cedê-la. Afinal, hoje é seu concorerente que precisa, amanhã pode ser você.

Em Atenas-04 aconteceu caso engraçado. Tínhamos combinado com o Rogério Daflon, do Globo, de sairmos para tomar umas brejas. Aquele seria um dos poucos dias mais tranqüilos, já que as provas de vela, que o Daflon, eu e o Guilherme Roseguini, na época colega da Folha, estávamos cobrindo, acabariam cedo.

Acho que isso foi no dia em que Torben Grael e Marcelo Ferreira ganharam o bicampeonato olímpico. Como estávamos em dois, acabamos relativamente cedo nossos textos e ficamos esperando o Daflon. O problema é que ele, sozinho, descobriu que teria que escrever muito mais que a gente.

"Quer uma ajuda?", brinquei. Todos rimos diante do absurdo que seria a situação. Infelizmente, a cervejada nunca aconteceu.

Ontem foi a vez de um desses anjinhos me ajudarem. Conheci a Janaína Frare, do Sportv, também em Atenas. E a reencontrei só em grandes eventos: Pan do Rio e agora na Olimpíada de Pequim.

Estava na arena de vôlei de praia, relativamente tranqüilo, pensando nos três textos que precisaria mandar para São Paulo. Só que tinha me esquecido que nosso fechamento no sábado seria às 13h do Brasil ou meia-noite daqui.

Diante do atraso (já eram umas 21 horas e não havia mandado nenhum texto), corri para a sala de imprensa e deixei meu gravador digital nas mãos da Janaína. Não teria tempo de fazer zona mista e coletiva do jogo de estréia de Ana Paula/Larissa. Em uns 20 minutos já tinha mandado os textos de basquete. Pouco depois, foi o material de vôlei de praia masculino, sobre a estréia de Emnanuel e Ricardo, ocorrida naquela manhã.

Quando estava começando o texto do vôlei de praia feminino, ela chegou com as gravações salvadoras. Tinha tido até a boa vontade de fazer uma pergunta que precisava para meu texto. Tudo chegou a tempo em São Paulo, 40 minutos antes do fechamento da edição nacional nossa. Não teria conseeguido isso sem a ajuda dela.

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