quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Esportistas desnudas

O time de handebol do Orsán Elda Prestigio apelou para maneira no mínimo inusual para angariar recursos. Apesar de vice-líder do Espanhol, a equipe está sem patrocínio. Por isso, por iniciativa própria, 12 das 14 jogadoras decidiram posar como vieram ao mundo. O objetivo é amealhar 300 mil euros, suficientes para cobrir as despesas até o final da temporada.

As fotos saíram na revista espanhola Interviú. Entre as jogadoras que participaram da sessão está a ponta-direita Viviane Jacques, 30, artilheira da seleção brasileira na Olimpíada de Atenas. Pelo Brasil, ela também foi tricampeã pan-americana, em julho, no Rio.

O convite partiu da revista, mas não houve pressão da diretoria para que elas aceitassem a proposta. O cenário escolhido para as fotos foi uma quadra de handebol e o vestiário.

Não é a primeira vez que atletas se aventuram no mundo do "nu artístico". Em 2000, como forma de promover a Olimpíada de Sydney, várias estrelas da delegação australiana, como Tatiana Grigorieva, Grant Hackett e Lauren Jackson, posaram nuas.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Feliz aniversário

Dayro Moreno não esquecerá tão fácil seu último aniversário. Um dos goleadores da liga colombiana, o atacante do Once Caldas recebeu de aniversário, em vez de um presente, uma multa de US$ 2.500.

A multa foi estipulada porque o jogador não compareceu ao treino no dia seguinte à festa de aniversário em que comemorou seus 22 anos.
"Não podemos castigar a equipe deixando-o fora do time titular. Sua presença é vital para buscar a vitória contra o América de Cali", disse o presidente do clube, Jairo Quintero.

Moreno e Carlos Hidalgo, do Pasto, são os líderes da tabela de artilheiros do Campeonato Colombiano. O Once Caldas ocupa a oitava posição na tabela, com 14 pontos. La Equidad é o líder, com 21.

No último jogo da equipe, o Once Caldas empatou em 2 a 2 com o Pereira. Na próxima rodada, pega o América de Cali.

Uma pena que ninguém viu

Um fato incomum aconteceu na noite de terça, no jogo entre o Nottingham Forest e o Leicester. Sem opção alguma entre seus companheiros de equipe para repor a bola, o goleiro do Nottingham deu um chutão para frente. Acabou acertando o gol adversário. Eram jogados só 23 segundos de partida. Mas quase ninguém viu. O jogo foi disputado com portões fechados.

Tudo começou há três semanas, quando a partida da segunda rodada da Carling Cup, entre os dois clubes, teve que ser suspensa quando o defensor do Nottingham Forest, Clive Clarke sofreu uma parada cardíaca e o jogo acabou suspenso por medo de que o jogador havia morrido. Nesse instante, o jogo estava 1 a 0 para o time do zagueiro.

Por esse motivo, o Leicester achou por bem retornar à campo. Dessa forma, Paul Smith, goleiro do Nottingham Forest avançou ao ataque, sem encontrar combate, e anotou um gol inédito. Foi o primeiro de sua carreira.

"O gol foi um presente do Leicester ao Forest pela magnífica forma com que reagiu ao incidente de Clarke e voltou aos treinos", afirmou o presidente do clube rival. O Leicester recebeu hoje a felicidação da Liga de Futebol por esse ato de esportividade.

Em tempo, o Leicester venceu a partida por 3 a 2, avançando à terceira rodada do torneio, quando enfrentará o Aston Villa.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Rio ou Baku?

Se o sonho olímpico do Rio virar pó novamente, ao menos o Brasil deve ganhar de uma das sete concorrentes aos Jogos de 2016. Convenhamos, o Rio tem mais chances de avançar do que Baku. Onde fica Baku? No Azerbaijão, país quase vizinho (o Mar Cáspio os separa) ao folclórico Cazaquistão, imortalizado pelo divertido repórter Borat.

O simples fato de a candidatura da capital azerbaijana ter sido aceita pelo COI, já encheu de orgulho o vice-presidente do Comitê Olímpico local, Chingiz Gusseín-zadé. O cartola disse estar "satisfeito". Segundo dele, a cidade está "orgulhosa" com a decisão e disposta a fazer "todo o possível para acolher os Jogos Olímpicos", disse ele à agência Efe.

O dirigente destacou que "existe vontade política e potencial econômico" para organizar esse evento no pequeno país, de 7,8 milhões de habitantes. Ele estima que seriam necessários US$ 20 bilhões (cerca de R$ 38 bilhões ou dez Pans do Rio-07). O grosso dessse investimento seria na construção de arenas. Um estádio para 70 mil pessoas, que seria palco das cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos, e outro para 45 mil pessoas. Os planos de Baku prevêem a construção uma Vila Olímpica a 50 km da capital, às margens do Mar Cáspio.

Também está em estudo a ampliação e modernização do aeroporto internacional da capital azerbaijana.

O projeto é apoiado amplamente pelo presidente Ilham Alíev, que também é o chefe do Comitê Olímpico Azerbaijano. Ele já anunciara a candidatura no final de 2006. No poder desde 2003, Alíev reconheceu que tem que ser "realista", já que dificilmente as candidaturas têm êxito em sua primeira tentativa. Por essa razão, adiantou que se não obter o direito de acolher a Olimpíada, Baku voltará a apresentar postulação para 2020. A cidade tem 2,2 milhões de habitantes e viveu seu apogeu no final do século 19 e início do 20, quando os irmãos Nobel construíram sua fortuna com o petróleo.

O Azerbaijão, independente da ex-União Soviética desde 1991, possui uma das maiores reservas mundiais do ouro negro e tiveram crescimento econômico de 30% nos últimos anos. Além de Baku e Rio, Madri, Chicago, Doha, Praga e Tóquio, todas com maiores chances, se candidataram aos Jogos de 2016. A eleição será em 2 de outubro de 2009, em Copenhague (Dinamarca).

De volta às origens

Acho que foi em 1999 que uma conjunção de fatores me ajudou a emplacar mais um título infame de trocadilho no Lance! O veterano pivô Israel, que integrou a histórica seleção brasileira medalha de ouro no Pan de Indianápolis-87, estava em fim de carreira. Acabou contratado pela Hebraica. Com isso, finalmente pude emplacar o título: "Israel é da Hebraica".

Por que me lembrei disso? Porque nesta semana, o Brasília, atual campeão nacional, em sua busca por repatriar jogadores originários do Distrito Federal, resolveu contratar outro veterano, o pivô Cláudio Clemente, mais conhecido pelo apelido que é o mesmo da cidade em que nasceu. Daí, daria para emplacar, nos tempos atuais, um "Brasília é do Brasília".

Eliminatórias esvaziadas

O Butão anunciou desistências das eliminatórias da Copa do Mundo da África do Sul-2010. A informação foi confirmada pela Fifa. Com isso, o Kwait, presente na Copa de 1982, conquista vaga direta à fase seguinte do classificatório asiático.

A deserção do Butão não é a primeira nas eliminatórias. Ela chega menos de duas semanas depois que São Tomé e Príncipe e República Centro-Americana anunciaram o mesmo em relação às seletivas africanas.

Outra potência dos gramados que desfalca as eliminatórias é Guam, primeira baixa na zona asiática. A Indonésia foi a grande beneficiada, e também passa à fase seguinte, sem necessidade de entrar em campo.

Tão longe, tão perto

Não é só o Brasil que vive má fase no basquete masculino. País que será a sede do Mundial de 2010, a Turquia passa por profunda crise após o fiasco no último Pré-Olímpico. Considerada uma das forças da Europa, a Turquia não venceu nenhum jogo na segunda fase, tendo sido eliminada até da disputa por vaga no Pré-Olimpico Mundial.

O técnico, o antes estrategista Bogdan Tanjevic, que levou Oscar e Marcel para a Itália nos anos 80, agora é visto com reservas. Suas táticas estão sendo mais questionadas do que as seguidas pelo técnico Lula no Pré-Olímpico de Las Vegas.

Com um time recheado de estrelas e comandado pelo veterano Turkoglu, a expectativa local era que a equipe estivesse entre os favoritos ao título, ao lado de Espanha, Grécia e Lituânia.

No entanto, sem um armador de destaque e um líder em quadra (olha aí mais uma semelhança com a seleção brasileira!) o time só conseguiu bater a frágil República Tcheca e perdeu uma seqüência de cinco jogos, sempre jogando mal. A exceção foi contra a Itália, quando Turkoglu se destacou, marcou 34 pontos e conduziu o time até uma prorrogação. Mas a apatia voltou a contagiar o elenco no tempo-extra, e o ala, sozinho, não salvou o time.

Segundo jornalistas especializados locais, Tanjevic parece adotar táticas confusas, substituindo os jogadores independentemente de suas performances em quadra (parece alguém?). Ele retirou de quadra, contra a Itália, Kaya Peker, que vinha fazendo uma grande partida. Após o jogo, admitiu que havia cometido um grande erro (aí as semelhanças acabam!). Não havia nenhuma química entre os jogadores, e as desavenças podiam ser notadas em quadra (ops, eu falei que as semelhanças haviam acabado?).

O basquete europeu atual é característicamente forte, rápido e atlético. A Turquia mostrou não ser suficientemente forte, trocava bolas lentamente e não mostrou muitas opções em quadra (ops, estamos na Turquia?). A maioria dos jogadores temem fazer infiltrações e acabam arriscando, atabalhoadamente, arremessos de longe (ops, onde é isso?).

Os armadores à disposição de Tanjevic, Engin Atsür, Hakan Demirel e Ender Arslan não podem ser comparados com Calderón (Espanha), Diamantidis (Grécia), Papaloukas (Grécia) e Tony Parker (França), Jasikevicius (Lituânia), Lakovic (Eslovênia) ou Holden (Rússia), destaques do classificatório europeu.

À Turquia só resta esperar uma performance melhor no Mundial de 2010. Mas, até lá, precisará se reestruturar e tomar algumas duras decisões para o futuro da equipe, sob o risco de ser mera organizadora do Mundial. Nosso tormento continua no ano que vem.

Um concorrente a menos

Essa punição pode beneficiar diretamente o Brasil no Pré-Olímpico Mundial masculino de basquete, que será em julho, às vésperas dos Jogos de Pequim, em local a ser determinado.

Tudo porque a Fiba África, entidade que controla o esporte no continente negro, delibera se irá punir a seleção feminina de Camarões.

Investigação conduzida em Yaoundé, capital de Camarões, indica que o time nacional ainda não iniciou preparativos para o Pré-Olímpico da África, que começa no dia 21. Sem apoio governamental, a federação local só nomeou o técnico Angouan'd John e a assistente Elizabeth Wanko.

"Não sabemos o que poderá acontecer ao nosso time, nem o que a federação nacional está planejando. Corremos riscos porque se não disputarmos o torneio no Senegal e houver alguma punição, isso poderá prejudicar a seleção masculina, que ainda tentará lugar na Olimpíada de Pequim. Esperamos que a situação seja resolvida", afirmou um dirigente local, que pediu anonimato.

A penalidade por desistir do campoenato de última hora é severa. Camarões está sujeito a levar pesada multa ou a sofrer suspensão de alguns anos em competições internacionais.

Sem Camarões no Pré-Olímpico Mundial-08, restariam 11 concorrentes (incluindo o Brasil) por três vagas em Pequim.

Enquanto isso, a seleção brasileira permanece sem treinador.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Braçadas para o futuro

Como tenho apreço por notícias inusitadas, vai essa aí: Weimar Torres nadou 24 horas seguidas sem ingerir alimentos ou líquidos para chamar atenção para a sua modalidade na Bolívia. A façanha aconteceu entre segunda e terça em uma piscina de 25 metros (semi-olímpica). Haja motivação, já que o nadador bateu por 1230 vezes a borda da piscina. Ele percorreu, ao todo, 3.075 metros.

Ele assegurou que poderia continuar a proeza por mais umas cinco ou seis horas esperando a visita do presidente do país, Evo Morales. Decidiu sair da piscina ao avistar o vice, Álvaro García Linera.

Como cansaço pouco é bobagem, Torres nadou estilo borboleta. Saiu da piscina ao completar 24h12min12s. Foi cumprimentar García Linera, enviado por Morales para expressar o apoio presidencial ao esporte.

O nadador assegurou que não havia feito nenhum treinamento especial para a façanha.
"Nadei para que os bolivianos deixem seus complexos e comecem a bater recordes mundiais", afirmou o esportista.

Torres também é dono de um outro recorde local, esse longe da piscina. ele caminhou por 25 horas seguidas. Seus próximos objetivos, ele garante, são bater o recorde mundial dos 5.000 m, hoje em poder do etíope Kenenisa Bekele, e disputar a Olimpíada de Pequim, em 2008.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Marcha da insensatez

Essa aconteceu no Mundial de atletismo de Osaka, encerrado há duas semanas, mas vale a pena ser relembrado. Mostra que, mesmo na era da tecnologia, casos inusitados continuam, felizmente, acontecendo no esporte.

O japonês Yuki Yamazaki disputava a marcha de 50 km, talvez a prova mais extenuante do atletismo por durar mais de quatro horas. Autorizado pelos fiscais, realizou sua última volta e adentrou ao estádio de Osaka. O problema é que, após atingir a linha de chegada, foi comunicado de que seu resultado não constaria na classificação.

Por um erro de contagem da arbitragem, Yamazaki percorreu uma volta a menos, tendo encerrado a prova após marchar apenas 48 km. Na marcha, sete fiscais são posicionados em um percurso de 2 km para constatar se os atletas não cometeram nenhuma irregularidade.

Para o japonês, o problema é que, se ele tivesse chegado entre os oito primeiros colocados da prova, e provavelmente chegaria, teria garantido classificação para a Olimpíada de Pequim, em 2008. Oficialmente, Yamazaki constará dos registros como atleta que não finalizou a prova.

"Foi muito estranho. Estava exausto e não entendia nada. Poderia não haver terminado entre os oito primeiros, mas não constar nos registros é como se houvesse sido desclassificado", lamentou o japonês.

Na marcha, se um atleta comete três irregularidades (retirar os dois pés do chão ou dobrar o joelho) é desclassificado da prova.

Cachorro faz mal a menina

Esse título é um dos clássicos que ouvimos na faculdade de jornalismo. Pelo menos quando estava lá. Saiu, parece, em algum jornal popular do Rio nos idos dos anos 70/80. A reportagem simplesmente noticiava a história de uma garota que havia passado mal após comer um cachorro-quente estragado.

Me lembrei disso outro dia, quando um coleguinha me lembrou dos títulos curiosos que inventava para minhas matérias no Lance!. Eles eram a diversão da equipe, e o pesadelo de certo editor.

Um deles particularmente entrou para o folclore da redação. Era a Copa de 1998 e a chefia dividiu a equipe em grupos. Cada três repórteres era responsável por uma chave da Copa. Coube-me a responsabilidade de cuidar, dentre outras seleções, da Croácia.

O país, que estreava em Mundiais, tinha como trunfo o atacante Suker. Na época, eu estava escutando muito Chico Buarque. Por conta disso, queria, de qualquer maneira, render uma homenagem inusitada à música "Com açúcar e com afeto", uma de minhas preferidas, em alguma manchete.

O problema é que respondia diretamente a esse editor durante a Copa, que vetou veementemente o título que bolei. Suker fazia gol quase todos os jogos (acabou artilheiro da Copa), mas a chefia sempre vetava minhas invenções.

A saída foi já na despedida da Copa, quando a Croácia venceu a decisão do terceiro lugar, com gol do atacante novamente. Por sorte, naquele dia o editor estava de folga. Na surdina, fiz o título na arte e mandei para diretamente para outro chefe, mais aberto a trocadilhos. Mesmo sabendo dos vetos anteriores, esse decidiu publicar.

Qual não foi a surpresa do Laguna quando recebeu, pela manhã o Lance! em sua casa e estava lá, estampado: "Com o Suker e com afeto". Admito, não foi dos títulos mais felizes, mas valeu pela teimosia.