quarta-feira, 30 de maio de 2007

Sobre cueca e meio ambiente

Hoje vou me dar ao luxo de não falar sobre esporte, embora não deixe de abordar um pouco o jornalismo esportivo. Quem vai dizer que repórter do caderno de Esporte não se diverte? Fica a dica aos ecologicamente corretos...

Zorba inova e lança cueca de fibra de bambu


A Zorba Bambu será comercializada com exclusividade pelo Wal-Mart por três meses e foi criada para consumidores que desejam conforto e que estão preocupados com meio ambiente

A Hanesbrands, a maior empresa têxtil do mundo, lança esta semana no Brasil a última novidade em cueca. Batizada como Zorba Bambu, o produto é fabricado com 100% de fibra de bambu, gramínea renovável e de rápido crescimento, que se transforma em malha nobre com aspecto de algodão. Além disso, possui características únicas e destaca-se por ser mais macia, fácil de secar e por desbotar menos do que qualquer outro tecido.

"A Zorba sai à frente mais uma vez ao lançar uma cueca feita para os consumidores que se preocupam não apenas com o seu próprio bem-estar, mas também com o meio ambiente", comenta a gerente da Hanesbrands, Márcia Castelo Branco. A executiva ressalta que a nova cueca é composta por 94% de bambu e 6% de elastano, proporcionando melhor ajuste ao corpo e uma maior sensação de conforto.

A cueca Zorba Bambu tem propriedades bacteriostática e desodorante, que dificultam a proliferação de bactérias. A fibra de bambu possui propriedades termodinâmicas, que mantêm a temperatura do corpo. Por isso, a cueca absorve melhor a umidade e facilita a transpiração, tornando-se a peça ideal para homens que realizam exercícios físicos.

O produto é Made in Brazil, planejado e concebido pela equipe brasileira da Hanesbrands. É resultado de um ano de desenvolvimento. Para tornar seu projeto uma realidade, a Hanesbrands trabalhou em conjunto com a malharia Marles, fabricante da malha BAMBOOÒ (marca registrada e exclusiva da empresa), totalmente produzida no Brasil e com fibra que veio da China.

A malha BAMBOOÒ recebeu recentemente o certificado de qualidade Öko-Tex Standard 100, principal rótulo ecológico do mundo para têxteis sem substâncias nocivas, sendo indicada em primeira categoria, que permite o uso da malha BAMBOOÒ em bebês recém-nascidos que necessitam de proteção reforçada.

"O novo produto será um grande sucesso entre brasileiros", diz Márcia, destacando que a campanha no varejo terá grande apelo feminino, uma vez que pesquisas comprovam que 75% das compras de cuecas são feitas no Brasil por mulheres. A marca Zorba responde por 53% das vendas totais de cuecas no País.

A Zorba Bambu estará disponível em 2 modelos (slip e Boxer), 3 cores (branca, verde bambu e cacau) e em 4 tamanhos (P, M, G e GG). O preço sugerido nos pontos-de-venda é R$ 15,98 para o modelo Slip e R$ 19,98 para o modelo Boxer. O novo produto será comercializado com exclusividade durante três meses na rede Wal-Mart, uma das maiores redes varejistas do Brasil e que também controla os Hipermercados e supermercados com as bandeiras Bompreço e BIG.
PS: se desejar, temos fotos em alta resolução.

Ficha técnica – Zorba Bambu
Produto: Zorba Bambu
Fabricante: Hanesbrands Inc
Material: malha com fibra de bambu
Composição: 94% fibra de bambu e 6% de elastano
Fabricante da malha: Marles
Modelos: Dois modelos - Slip e Boxer
Tamanhos: Quatro tamanhos - P, M, G e GG
Cores: Três cores - branca, verde bambu e cacau
Preços sugeridos: Slip – R$ 15,98 e Boxer – R$ 19,98
Pontos de Vendas: Em todos os hipermercados do grupo (Wal-Mart / Hiper Bompreço / BIG)

terça-feira, 29 de maio de 2007

Doente do pé

Por essa Laure Manaudou, medalhista olímpica e mundial, não esperava. A nadadora, que se mudou para a Itália recentemente, para estar próxima do namorado, o também nadador Luca Marin, ficará um mês sem poder treinar por causa de brincadeira de mau gosto feita por amigos.

Explico: dois nadadores de sua nova equipe, o La Prese, Nicola Febbraro e Leonardo Tumiotto, agarraram a atleta para festejar o título italiano obtido pelo clube. Manaudou foi atirada à piscina do Foro Itálico, de Roma, mas caiu de mau jeito. Tocou o pé esquerdo na borda e sentiu dor lancinante.

O exame acusou fratura do quarto metatarso do pé esquerdo. Segundo os médicos, ela terá que ficar fora da água por quatro semanas. Com isso, desfalca seu clube e a França em eventos em Modena (2 e 3 de junho), Canet-en-Roussillon (9 e 10 de junho) e Montecarlo (16 e 17 de junho).

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Futebol na mira do doping

A Fifa, pelo jeito está mesmo enquadrada pelo Código Mundial Antidoping. Tanto é que o futebol teve agora seu primeiro caso de banimento do esporte. O feito (nada glorioso) ficou com o mexicano José Salvador Carmona Álvarez.

Ele havia sido flagrado pelos controles durante a Copa das Confederações, em junho de 2005. Seu exame acusou a presença de estanozolol, esteróide anabólico que, de tão fácil detecção, praticamente desapareceu de casos positivos.

Na ocasião, Álvarez levou suspensão de um ano. Em janeiro de 2006, o jogador deve novo teste positivo para a mesma droga. Sua defesa alegou erro de procedimento para conseguir sua absolvição no tribunal mexicano. A Fifa recorreu, então, à Corte de Arbitragem do Esporte, última instância de julgamento. O tribunal suíço deliberou, em 16 de maio, a expulsão do atleta.

Pelo jeito, dos esportes olímpicos, só o ciclismo (imerso em novo escândalo de doping) permanece como o calcanhar-de-aquiles dos controles. Revelações dos últimos dias já mancham a reputação dos campeões das últimas 12 edições da Volta da França, sua principal competição de estrada. O último vencedor da tradicional prova que não teve sua reputação manchada foi o espanhol Miguel Induráin, campeão de 1991 a 1995. Pelo menos ainda não.

domingo, 27 de maio de 2007

Prêmio para obesos

O México não seguiu o exemplo francês e entregou ontem prêmio para o campeão japonês de sumô. Miguel Ruiz-Cabañas, embaixador mexicano no Japão, ofereceu banquete a Hakuho, o novo campeão do esporte nipônico por excelência.

O prêmio oferecido pelo país americano teve início em 1981, por iniciativa do então presidente José López Portillo, que se encantou com uma demonstração de japoneses na Cidade do México. A TV japonesa NHK transmite todos os anos sete torneios de sumô, nos quais além de México, são oferecidos prêmios por República Tcheca, Mongólia, Bulgária, Hungria, China e Emirados Árabes.

A França esteve presente neste seleto grupo até o ano passado. Mas, por iniciativa do novo presidente Nicolas Sarkozy, abriu mão de participar da festa. O prêmio francês fora criado pelo ex-presidente Jacques Chirac, um fã confesso do sumô. Sarkozy, por sua vez, já confessou não entender tal apreço pela modalidade, "um esporte de gordos e não para intelectuais".

Satisfeito com a boa repercussão após a saída à francesa, o embaixador do México ofereceu farto rega-bofe. Nos jardins da embaixada, os lutadores puderam experimentar apimentadas iguarias mexicanas.

Mas o prêmio mais apreciado pelos lutadores não é o troféu oferecido pelo país. São as 365 garrafas de cerveja Corona, para o campeão se lembrar do México em cada dia do ano.

De mesário ao banco de reservas

O Atlético de Madri quase foi privado de ter seu técnico no banco de reservas ontem, na partida contra o Gimnastic, pelo Campeonato Espanhol.

Tudo porque o mexicano Javier Aguirre foi convocado para atuar como mesário nas eleições municipais de La Encina de Somosaguas. Aguirre era um mero reserva no pleito eleitoral. O treinador foi chamado para ser o segundo vogal.

Com isso, o treinador se viu impedido de viajar com a equipe a Tarragona, local da partida. Ele se apresentou às 8h na escola em que fora convocado, quando descobriu que não precisaria participar das atividades.

Partiu então, de forma desembestada, ao aeroporto, para se reunir com sua equipe. Afoito, chegou até a derrubar alguns cartazes, colocados para organizar as eleições. Não falou com repórteres.

Com Aguirre no banco, o Atlético de Madri marcou 2 a 0 no Gimnastic.

Sexo em Roland Garros

Escândalo sexual em Roland Garros: a tenista Aravane Reza, de origem iraniana, acusa o técnico da equipe feminina da França, Georges Goven, de ser um "estuprador de garotinhas". A polêmica, da qual também participou o explosivo Arsalan, o pai da tenista, ocorreu em fevereiro. Como resposta, Goven processou a tenista por "difamação pública" e exige uma indenização de 100 mil euros (R$ 262 mil).

A denúncia é o capítulo mais recente no duelo entre o clã Reza e a Federação Francesa de Tênis. O pai foi proibido de ter acesso às instalações de Roland Garros pelos próximos dois anos. Já sua filha só pode fazê-lo durante o Aberto da França _ela alcançou as oitavas-de-final do Grand Slam francês em 2006.

Arsalan considera que a FFT deixou sua filha marginalizada. No ano passado, mesmo despontando no circuito internacional, a tenista não recebeu convite para disputar o Torneio de Roland Garros e teve que disputar a fase prévia de classificação.

Em 9 de fevereiro, ele trocou insultos com técnicos da federação, entre os quais estava o capitão francês da Fed Cup. Pediu desculpas no dia seguinte. Christian Bimes, presidente da FFT tinha dado o caso por encerrado.

Ledo engano. Arsalan pediu que sua filha, em protesto, boicotasse Roland Garros neste ano. Não foi atendido por Aravane, que agora é treinada por Patrick Mouratoglou. O novo técnico afirma só querer paz para trabalhar com a nova pupila. Não deve ter.

sábado, 26 de maio de 2007

Cestas previsíveis

Não resta dúvida que as finais da NBA, ao contrário de 2006, parecem mais que previsíveis neste ano. Dificilmente Detroit e San Antonio deixarão escapar os títulos de suas respectivas conferências.

Agora, o duelo protagonizado pelo time de Michigan com o Cleveland, nas finais do Leste, está mais que repetitivo. Dois jogos com o mesmo placar (79 a 76 para o Detroit) me parece um pouco demais. Não bastasse isso, um marcador baixo para finais de NBA. Saudades de times que não ganharam nada, mas deram que empolgaram nos últimos anos: Dallas, Phoenix e o meu azarado Sacramento (que derrota frustrante para o LA Lakers na final do Oeste de 2002!).

Confesso que gostei mais da temporada passada, com a surpreendente decisão entre Miami e Dallas, que ao menos representavam novidade (ambas as equipes nunca haviam chegado a essa fase antes).

Em uma temporada tão sem-graça como a deste ano, não é surpresa que os prováveis finalistas também também contem com as duas melhores defesas. Mas infelizmente, Detroit e San Antonio abriram mão do jogo ofensivo. O time do Leste é o décimo melhor ataque. O San Antonio, o 17º.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Esporte para gordinhos

Aos poucos, o novo presidente da França, Nicolas Sarkozy, mostra o que muda no país com sua eleição. No meio esportivo, a primeira medida tomada foi o cancelamento de premiação dada ao vencedor do Campeonato Japonês de sumô.

O troféu fora instituído em 2000 pelo último ocupante do cargo, Jacques Chirac, um fã confesso da modalidade. Segundo um porta-voz da embaixada francesa em Tóquio, o prêmio não será entregue "pelo menos por enquanto". Com isso, a França deixa uma lista (das mais exóticas) de países que já criaram premiação semelhante: República Tcheca, México, Mongólia, Bulgária, Hungria, China e Emirados Árabes.

A imprensa nipônica condenou a atitude de Sarkozy e a atribuiu ao conhecido desprezo do novo presidente pelo esporte em geral e pelo sumô em particular. Em 2004, o semanário "Paris Match" publicou que, durante visita à China, o então ministro do Interior confessou não entender "como alguém pode ficar fascinado por essas lutas entre gordos com trajes engomados". Não satisfeito, qualificou Tóquio como uma cidade "fria" e classificou os jardins típicos de Quioto como "deprimentes".

Na ocasião, para não pegar mal, Sarkozy convidou o embaixador japonês em Paris para um almoço. Desementiu tudo. Agora, nem cogita voltar atrás.

YouTube de vídeo a vidraça

Milhões de libras estão em jogo quando a Premier League e o YouTube iniciarem luta na Justiça. Os dirigentes reivindicam que o site de compartilhamento de vídeos violou direitos de imagem e esperam uma lucrativa vitória legal. Já o YouTube diz que a Premier League faz uma interpretação enviesada da lei.

Na internet, é possível acessar jogos e gols históricos de uma das principais ligas de futebol do planeta. Atualmente, ela é transmitida a 204 países e possui audiência estimada de 2,59 bilhões de pessoas. Por conta disso, licenciamentos ligados a ela geram altos lucros aos clubes.

De olho nisso, os cartolas decidiram juntar forças com a Bourne Co, uma produtora de música, e processar o YouTube por infringir direitos autorais. As empresas entraram com a ação em Nova York, local da sede do site de compartilhamento de vídeos.

O Google, que comprou o YouTube em novembro de 2006, argumenta que, caso perca na Justiça, criará uma jurisprudência perigosa de ataque ao direito de "expressão artística" na internet.

Febre entre internautas, o YouTube pode se tornar uma tremenda dor de cabeça a seus novos donos. Após uma onda de assinatura de acordos, entre eles com a NBA (basquete) e NHL (hóquei), o YouTube tem recebido processos milionários. A Viacom (comunicações) identificou 150 mil casos de infração a direitos autorais no YouTube e decidiu processá-lo. O pedido de indenização pode bater o bilhão de dólares.

Esse parece ser o caminho seguido pela Premier League, que chegou a comparar a ação do YouTube a da máfia, pelo fato de várias companhias terem cedido seus direitos a seus próprios infratores concordando em tratá-los como parceiros.

Chico elimina o Botafogo

Tenho certa simpatia pelo Botafogo do Rio. Achei emocionante o fim da fila botafoguense no Estadual do Rio de 1989. Talvez porque eu, palmeirense, vivia na mesma época fila semelhante, que só acabaria alguns anos depois.

Ontem, não vi o jogo do Botafogo, pela semifinal da Copa do Brasil. Mas, revendo os lances, claramente, o alvinegro foi prejudicado pela arbitragem. Poderia ter feito um 5 a 1. Se classificado. Ganhado os R$ 2,5 milhões que a diretoria anunciou de prejuízo. Amealhado boas rendas em uma final carioca com o Fluminense. Ponto.

Entendo a ira do diretor de futebol do clube, Carlos Augusto Montenegro. Mas chamar a bandeirinha Ana Paula Oliveira, protagonista dos erros que eliminaram seu time, de "piranha" e que ela deveria estar "em um daqueles dias" é lamentável.

O mesmo Montenegro presidia o Botafogo quando o clube conquistou o Brasileiro de 1995. Na ocasião, foi beneficiado por erros do árbitro Márcio Rezende de Freitas na final contra o Santos. Há duas semanas, seu time foi beneficiado novamente, quando o Símon não marcou pênalti nos minutos finais a favor do Atlético-MG.

Nosso mundo é machista. O esporte reflete isso. Desde os primórdios, o futebol sempre foi um local restrito aos homens. Não apenas dentro de campo. Fora dele também. Nos estádios, conversas de bar, confraternização com os amigos, peladas de rua.

Ultimamente elas têm "invadido" todos os setores da vida social. O futebol não ficou imune. O esporte ainda é um dos setores em que mais temos dificuldade de lidar com essas novas personagens (que de resto trouxeram mais alegria ao sisudo mundo do esporte). Esses episódios servem de aprendizado para julgarmos erros e acertos não pelo sexo, mas pela competência. Espero que sirvam de lição.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Big Brother do tênis

Na ausência atual de um grande ídolo do tênis nacional do porte de Agassi e Sampras, os marqueteiros dos EUA já arrumaram uma solução para promover os maiores torneios realizados em solo americano. A Lever 2000 realizará um reality show cujo objetivo é desenvolver as habilidades com a raquete de oito participantes.

Uma pesquisa nacional feita entre os amantes do tênis escolherá quatro duplas mistas que serão orientadas, a partir de então, pelos ex-tenistas Mary Joe Fernandez e Murphy Jensen.

Após alguns treinos, a competição terá início em Indianápolis e a primeira eliminação será em agosto, no Masters Series de Cincinnati. Outra dupla será eliminada em New Heaven. A final será disputada na quadra central de Flushing Meadows, local que abriga a partida decisiva do US Open, e terá Patrick McEnroe, capitão dos EUA na Copa Davis como mestre de cerimônias.

Gafe histórica

Desde pequeno, todo mundo aprende que cantar vitória antes do tempo não traz boa sorte. Parece que essa lição não foi aprendida pelos conterrâneos dos Beatles.

A homepage do Liverpool anunciou antecipadamente que o time vermelho seria campeão da Copa dos Campeões. O site trazia um texto cujo título era "Reds win in Athens!" (Vermelhos vencem em Atenas). O seguinte trecho estampava a auto-confiança excessiva: "Os heróis vermelhos de Rafa (Benítez, o técnico) estão comemorando outro memorável triunfo europeu depois da vitória sobre o Milan".

O jornal "La Reppublica" descobriu a gafe, copiou a página e, assim que o juiz encerrou a partida decretando o Milan como campeão europeu, colocou-a no ar para o deleite dos italianos.

Após a derrota por 2 a 1 para os italianos, a página foi obviamente alterada e o título passou a ser "Desapontamento em Atenas"

terça-feira, 22 de maio de 2007

Como o futebol explica a Europa

O futebol contribuiu para o processo de integração da Europa ou somente acirrou os nacionalismos e regionalismos europeus?

Promover esse debate foi o que motivou o lançamento hoje da exposição "Apenas um jogo?" em Bruxelas. A mostra faz parte de uma série de eventos para celebrar os 50 anos do Tratado de Roma, que lançou as bases da União Européia.

Um dos destaques é um totó (ou pebolim, se vc é paulista) em escala humana, no qual estão representados os jogadores mais emblemáticos para o processo de integração européia, como Zinedine Zidane, Raymond Kopa, Johan Cruyff, Luis Suárez e Ferenc Puskas. Para cada um dos jogadores do totó, foi elaborado um perfil que o relaciona a um feito histórico da União Européia.

O visitante terá acesso também a uma "caixa de sons", através da qual é possível escutar os cantos de torcedores de todas as partes de Europa, e telões onde são reproduzidas imagens de momentos de alegria e tristeza provocadas por jogos inesquecíveis.

A idéia pareceu tão interessante que Barcelona e Liverpool pretendem levar a mostra para seus respectivos países.

Se vc tiver a sorte de estar na Europa, vá lá e depois me conta:
Ingressos: 4 euros (R$ 10,45)
Local: Musées Royaux d'Art et d'Histoire, em Bruxelas
Horário: terça-sexta, 9h30 às 17h; sábado, domingo e feriados, 10h às 17h

Fair Play

O Bayern de Munique não poupou para mostrar quão elegante um clube de futebol pode ser. O clube bávaro, 20 vezes campeão nacional, desembolsou 20 mil euros (mais de R$ 52 mil) para publicar um anúncio no qual parabeniza o Stuttgart por ter levado o caneco alemão neste ano.

O anúncio, publicado em dois jornais de Stuttgart, dizia "Nós os felicitamos pelo títuto e prometemos uma grande luta pelo troféu na próxima temporada"

Lig Lig Lig Lé

A Uefa está mais atenta ao gigante mercado do Oriente do que a Fifa. Prova disso é que, a partir de hoje, é possível encontrar informações no site da entidade européia (www.uefa.com) também em mandarim.

Japonês e coreano já constavam na lista de idiomas disponiveis no site, que conta também com versões em inglês, francês, alemão, espanhol, italiano, português e russo.

Já a Fifa, que se gaba tanto por de ter mais países associados do que a ONU, tem um site (www.fifa.com) com apenas quatro idiomas disponíveis: inglês, espanhol, francês e alemão

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Em português nos entendemos

Certa vez saiu um "tranquilo" na capa do Lance! (ainda trabalhava lá). Não cabe aqui entregar o autor da proeza, basta apenas dizer que o trema, amado por uns, odiado por outros, ignorado pela maioria, tem seus dias contados.

Deu no JT de sexta (confesso que não sabia): o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que irá entrar em vigor a partir do ano que vem, prevê a mudança de grafia de cerca de 300 palavras. Ele foi assinado pelos sete países que formam a comunidade lusófona: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Pois é, teremos que conviver, a partir de janeiro, com esquisitices como abençoo, enjoo, voo, assembleia, ideia, heroica e jiboia, entre outras. As letras K, W e Y voltam a constar de nosso alfabeto. Sua expulsão fora um absurdo. Mas para quem já foi alfabetizado há algum tempo e tem que conviver com a escrita todos os dias (é, nós jornalistas), é um novo aprendizado.

A boa notícia (para a maioria das pessoas) é que o trema vai acabar. Passaremos a escrever coisas como linguiça, sequência, frequência e tranquilo. Pois é, como podemos ficar "tranquilos" se vamos nos assemelhar, ao menos na escrita, à fala dos hermanos argentinos?

Sinceramente lamento a morte do trema, que ainda sobrevive em línguas como alemão, grego e francês. Como agüentar tantas mudanças?

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Perna mecânica: vantagem competitiva?

O NY Times publicou ontem uma das melhores histórias esportivas do dia. Trata-se de uma matéria sobre o velocista Oscar Pistorius. De acordo com a reportagem, o sul-africano se considera "o homem mais rápido sem pernas" e, com a ajuda de suas próteses, quer disputar os Jogos Olímpicos de Pequim-2008.
Parece pouco provável que Pistorius consiga o índice. Mas isso é o que menos importa. Somente o fato de ter esboçado um desejo de competir com atletas sem deficiência física em uma Olimpíada provocou polêmica.

A Federação Internacional de Atletismo (IAAF) já estuda a possibilidade de impedir que um dia algum atleta paraolímpico possa vir a competir nos Jogos regulares. A justificativa para a proibição seria o fato de que, por usar próteses, os atletas paraolímpicos teriam vantagens competitivas.

A discussão é extensa, e, apesar de todos os argumentos técnicos que envolvem as vantagens e desvantagens, um questionamento interessante foi lançado na matéria.

"'Eu tenho uma pergunta para a IAAF', diz Robert Gailey, da Escola de Medicina da Universidade de Miami, um médico que estuda corredores que sofreram amputações. 'Eles estão se preocupando em impedir que haja vantagens injustas? Ou será que estão discriminando devido à pureza das Olimpíadas, porque não querem ver um homem deficiente se colocar ao lado de um atleta normal por temerem que, caso a pessoa que não possui um corpo perfeito vença, isso se constitua em uma mensagem contundente a respeito da imagem do homem?'."

E você? O que acha?

terça-feira, 15 de maio de 2007

Ioiô para o Pan do Brasil

Quando iniciamos nosso blog fiquei achando que faltaria assunto em alguns dias. Pelo menos nesses primeiros, o que não escasseou foram coisas bacanas para enriquecermos esse espaço. A última notícia bizarra recebi agora há pouco da Carol, minha ex-afilhada no curso de trainee da Folha.

Pois é, inventaram um Brasileiro de ioiô, que será disputado no Cine Bombril (antigo Cinearte), aqui em São Paulo, no fim de semana, das 10h às 15h.

Quem chegar cedo ao cinema encontrará competição das mais inusitadas -a entrada é gratuita. Haverá vários concursos de habilidades: manobras com um ioiô, movimentos com dois ioiôs, desempenho sem usar a corda (!) e, de acordo com o release, "manobras com ioiô cuja corda não fica presa aos dedos dos jogadores, mas sim em contrapesos", seja lá o que isso queira dizer.

O Brasil conta até com um campeão mundial, Rafael Matsunaga, que irá se exibir. Nos tempos em que o COB sonha conquistar 150 medalhas pan-americanas, e que o país ambiciona superar Canadá e ameaçar Cuba no quadro de medalhas, bem que poderiam programar um campeonato de ioiô no Pan do Rio. Não faltariam arenas na Cinelândia para sediar a disputa.

Serviço: Campeonato Brasileiro de Ioiô
Sábado, dia 19, e domingo, dia 20; das 10 horas às 15 horas
Cine Bombril: Av. Paulista, 2073 tel. (11)3285-3696

Sente a maresia

Os organizadores dos Jogos de Pequim-2008 arrumaram uma maneira inusitada para avaliar a competência dos voluntários que irão atuar em Qingdao. Para quem não sabe, a cidade costeira irá sediar as provas de vela da Olimpíada.

A primeira eliminatória é saber nadar. A prova seguinte consiste em passear de barco durante quatro dias. Os que ficarem enjoados também estão fora.

Mas as exigências aos 1.002 candidatos não param por aí. Eles também precisam mostrar habilidades manuais sobre a água, como escrever, apesar do bamboleio do mar.

‘As questões eram muito interessantes, mas difíceis. Dá para imaginar o que é escrever uma avaliação de cem palavras sobre um barco que não parava de balançar?‘, disse Wan Bin, um dos felizes aprovados nos primeiros testes, em entrevista ao diário ‘China Daily‘.

Cerca de dez cobaias não agüentaram a provação e vomitaram. Depois dos quatro dias de testes, apenas 30% dos ‘vestibulandos olímpicos‘ conquistarão vaga.

Para Wan, os testes até aqui foram uma ‘brincadeira de criança‘, já que os candidatos ficaram só duas horas e meia no mar. Durante a labuta olímpica, os voluntários terão que ficar até cinco horas na água.

Quem superar a prova de maresia terá que enfrentar ainda uma entrevista e passar por treinamento no final do mês.

Os organizadores de Pequim já divulgaram que, no total, a Olimpíada terá 70 mil voluntários e a Paraolimpíada outros 30 mil. Parece muito? Já houve quase 500 mil solicitações.

Tirar a roupa é com ela mesmo

O Napoli, 3º colocado da série B italiana, ganhou um estímulo a mais para tentar o acesso para a primeira divisão. Sua ilustre torcedora, a atriz Sophia Loren, 72, prometeu fazer um strip-tease caso o time do sul da Itália conquiste a ascensão para a Série A.

Apesar de a promessa ter sido feita em tom de brincadeira ao jornal Gazzetta Dello Sport, não seria uma surpresa se La Loren fizesse este "sacrifício" pelo seu time do coração. Uma das cenas antológicas protagonizadas pela atriz foi justamente um strip-tease feito para o personagem de Marcello Mastroianni no filme "Ontem, Hoje e Amanhã", de Vittorio De Sica. Cerca de 30 anos depois, ambos repetiram a cena em "Prêt-à-porter", de Robert Altman.

Mesmo aos 72 anos, tirar a roupa não é um problema para a atriz. Neste ano, ela posou apenas com lingerie para a capa do célebre calendário da Pirelli.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Boicote a Pequim-2008

O bem mais precioso do jornalismo impresso atual é o papel. No começo do ano escrevi na Folha texto a respeito de uma ONG de direitos humanos que defende o boicote aos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, por causa das contínuas denúncias de violação de direitos humanos na China. Entre os textos, havia uma entrevista com o coordenador dessa ONG, que nasceu na República Tcheca. Por falta de espaço, tal ping-pong jamais foi publicado. Vai abaixo...

PERGUNTA -Para a Olympic Watch o que representa os Jogos Olímpicos em Pequim?
PETR KUTILEK - Os Jogos Olímpicos são a oportunidaded de a China provar que é verdadeiramente um país avançado. O respeito pelos universalmente reconhecidos direitos humanos é absolutamente necessário para um país que quer ser chamado de grande no século 21. Caso contrário, o governo chinês apenas irá embaraçar a si e envergonhar seu povo.

PERGUNTA -Qual é a situação dos direitos humanos na China?
PETR KUTILEK - Apesar das promessas feitas durante a candidatura, o governo chinês não respeita os direitos humanos de seu povo mais do que antes. A situação não melhorou. Há relatórios confiáveis que relatam um aumento do controle dos meios de comunicação desde que os novos líderes Hu Jintao e Wen Jiabao tomaram o poder. A agitação pública aumentou: há mais de 80 mil piquetes, greves ou outra forma de protesto público por ano. A China continua executando mais pessoas por ano do que todos os outros países somados. Mais direitos humanos foram violados durante a organização da Olimpíada: 300 mil pequineses foram desalojados de suas casas com baixa ou nenhuma indenização, e o líder dos protestos pacíficos, Ye Guozhu foi condenado a quatro anos de prisão.

PERGUNTA -A Olympic Wath pretende fazer manifestações públicas na China durante os Jogos?
PETR KUTILEK - Estamos avaliando nossas opções. O que é certamente importante, contudo, é que não somente ativistas internacionais, mas especialmente os chineses tenham a oportunidade de se expressar sobre a situação do país. Esperamos que, durante a Olimpíada, o governo não aprisione ou reprima os dissidentes, e que não impeça manifestações pacíficas, o que infelizmente tem ocorrido.

PERGUNTA -Para a Olympic Watch é possível melhorar a situação após os Jogos de Pequim?
PETR KUTILEK - Infelizmente parece que a Olimpíada deve contribuir para promover a deterioração do respeito aos direitos humanos. O sistema de segurança importado para os Jogos deve ser, mais tarde, utilizado para reprimir ainda mais a oposição. A Olimpíada é, obviamente, uma oportunidade de ajudar o governo a melhorar sua imagem ante seu povo e manter-se no poder por mais algum tempo. É necessário que nós vejamos algumas melhores na questão dos direitos humanos na China antes dos Jogos e que o movimento olímpico exponha seus princípios.

PERGUNTA -A Olympic Watch defende o boicote como forma de protesto contra os Jogos de Pequim?
PETR KUTILEK - Acreditamos que vários atletas expressarão suas opiniões através de boicote ou alguma outra forma de protesto. As conversações das ONGs de direitos humanos com atletas olímpicos estão apenas começando. Deve ser difícil para muitos atletas desistirem de participar dos Jogos, mas eles são definitivamente pessoas com consciência e não máquinas de performance esportiva.

PERGUNTA -Por que a Olympic Watch surgiu na República Tcheca, um país tão diverso da China?
PETR KUTILEK - A Olympic Watch teve início em julho de 2001, em resposta à decisão de programar a Olimpíada em Pequim, por três ex-dissidentes do regime comunista da Tchecoslováquia. Nós continuávamos ativos na vida pública na nova democracia tcheca. Acho que faz sentido que a Olympic Watch tenha se estabelecido aqui: muitas pessoas nesta parte do mundo sentem uma forte solidariedade com aqueles que não vivem em liberdade e democracia. De certa forma, nós tivemos sorte: em 1989 os regimes do Leste europeu entraram em colapso, enquanto que os comunistas chineses enviaram tanques às ruas e esmagaram os protestos na praça Tiananmen. E também, eu diria que apesar das óbvias diferenças entre China e Europa, temos um entendimento melhor sobre a propaganda que o governo chinês utiliza: quando eles se defendem contra “interferências em seu assuntos internos, reivindicam que a China tem um conceito diferente de direitos humanos e, em vez disso, pedem respeito mútuo; é um eco do que nós ouvíamos aqui nos anos 80. Isso basicamente significa nós queremos ficar no poder e não damos nada ao povo, e queremos ignorar as regras internacionais de direitos humanos. Por essa razão, é importante para ONGs como a nossa, e para todos os cidadãos responsáveis do mundo, continuar exercendo pressão para que Pequim adote a via democrática em benefício de seu povo.