segunda-feira, 21 de maio de 2007

Em português nos entendemos

Certa vez saiu um "tranquilo" na capa do Lance! (ainda trabalhava lá). Não cabe aqui entregar o autor da proeza, basta apenas dizer que o trema, amado por uns, odiado por outros, ignorado pela maioria, tem seus dias contados.

Deu no JT de sexta (confesso que não sabia): o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que irá entrar em vigor a partir do ano que vem, prevê a mudança de grafia de cerca de 300 palavras. Ele foi assinado pelos sete países que formam a comunidade lusófona: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Pois é, teremos que conviver, a partir de janeiro, com esquisitices como abençoo, enjoo, voo, assembleia, ideia, heroica e jiboia, entre outras. As letras K, W e Y voltam a constar de nosso alfabeto. Sua expulsão fora um absurdo. Mas para quem já foi alfabetizado há algum tempo e tem que conviver com a escrita todos os dias (é, nós jornalistas), é um novo aprendizado.

A boa notícia (para a maioria das pessoas) é que o trema vai acabar. Passaremos a escrever coisas como linguiça, sequência, frequência e tranquilo. Pois é, como podemos ficar "tranquilos" se vamos nos assemelhar, ao menos na escrita, à fala dos hermanos argentinos?

Sinceramente lamento a morte do trema, que ainda sobrevive em línguas como alemão, grego e francês. Como agüentar tantas mudanças?

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