Pois é, cheguei aqui há uns dez dias e acho que um misto de jet leg e desorganização me fizeram ficar tanto tempo sem postar nada. Como é difícil retomar as coisas após tanto tempo, vou destacar algumas coisas que chamaram a atenção nesses dias pequineses...
VOLUNTÁRIOS - É impressionante como eles estão por toda a parte. Vá até o banheiro, há dois voluntários te aguardando na porta. Dirija-se à saída do centro de imprensa, há uma meia dúzia deles só pra te dizer "Ni hao" (olá em chinês, uma das três ou quatro palavras que aprendi da língua deles). Pegue o ônibus para a Vila de Mídia. Há uns três para te conduzirem até a porta. São tantos que às vezes parecem um exército. E literalmente marcham como militares, como neste flagrante aí, na chegada do revezamento da tocha a Pequim.
Nesta véspera de Olimpíada, temos já muuuitos jornalistas trabalhando ensandecidamente, 24 horas por dia, em textos e fotos olímpicas. Por isso, a proporção voluntário-credenciado diminuiu bastante. Mas quando eu e meu colega de Folha, Eduardo Ohata, chegamos aqui, praticamente desbravamos a sala de imprensa. Havia alguns poucos gatos pingados no imenso salão destinado aos jorlnalistas de imprensa escrita. Sobravam voluntários por toda a parte. Era só perguntar algo a um deles, para uma horda de chineses te cercarem tentando ajudar (apenas um resolveria!).
O cúmulo aconteceu comigo em um dos primeiros dias. Tinha acabado de lavar as mãos, no banheiro, quando fui pegar a toalhinha de papel. Não precisei. Havia um voluntário só para pegá-la para mim. Depois de secar, fui jogá-la no cesto. Novamente fui surpreendido por outro, que estava lá apenas para pegar meu papelzinho úmido e jogá-lo no lixo. Fiquei me sentindo um misto de inútil completo e marajá indiano.
Música para o meu pai
Há um mês
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