quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Sobre varas e choros

Fabiana Murer, 27, deixava Pequim, após frustrante décimo lugar na Olimpíada. E, pela segunda vez seguida nos Jogos Olímpicos, um brasileiro é prejudicado no atletismo por fatores extra-competição. Em Atenas-04 foi a vez de Vanderlei Cordeiro de Lima ser derrubado por um ex-padre irlandês quando liderava a maratona olímpica (seria uma vitória inédita para o Brasil). Acabou com o bronze.

Anteontem, foi a vez da campineira, que perdeu a vara com a qual saltaria 4,55 m e 4,65 m. Desconcentrada e sem o material adequado, acabou falhando e sendo eliminada da prova.

Ela deixou a zona mista dizendo que nunca mais competiria na China. Seu técnico, Elson Miranda afirmou que tentaria demovê-la dessa idéia. Mas o que Fabiana não esperava foi o que ocorreu em seu embarque de volta ao país, ontem.

A saltadora foi abordada por uma equipe de TV chinesa. Como é de praxe, os profissionais da imprensa oficialesca local estavam atrás de recolher aspinhas bacanas e elogiosas ao país e à Olimpíada.

Chateada e com longas 26 horas de viagem pela frente, Fabiana ainda teve que ouvir perguntas como: "O que você mais gostou na China?" e "Como foi a sua performance?"


Ontem foi a cerimônia de premiação do salto com vara no estádio Ninho de Pássaro. No alto do pódio, a recordista mundial Yelena Isinbayeva (5,05 m), amiga e companheira de treinos de Fabiana. Emocionada com o bicampeonato olímpico, chorou copiosamente, como pode ser visto aí em cima, que tirei a partir da TV do estádio (o pódio estava muito distante para uma boa foto).

Mas porque estou postando uma foto da russinha pela segunda vez por aqui? Oras, alguém teria coragem de reclamar de mais uma foto da Isinbayeva?

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