terça-feira, 12 de agosto de 2008

Onde até o Red Bull é censurado


Essa é, definitivamente, a Olimpíada da censura e do moralismo. Seja pela internet bloqueada para sites como o Chiclete Livre (não, não vou escrever o nome daquele país porque ainda quero escrever outros posts no blog por aqui) ou FG (aquele movimento banido na China). Seja pelo tamanho do biquíni das dançarinas na arena de vôlei de praia (como pode ser conferido na foto).

Logo no início dos Jogos, meu e-mail deu pau. Fiquei um dia inteiro sem poder acessá-lo. O motivo? Havia recebido um correio eletrônico vindo do Brasil, cujo conteúdo era censura. Dias depois, conversei com um membro da ONG Olympic Watch, que sugeriu a "adoção" de um preso político por delegação. Me passou qual seria a presa a ser adotada pelo Brasil. Mas era impossível acessar o site da entidade, porque seu subtítulo dizia: "direitos humanos na China".

Dias depois foi a vez de a internet de um coleguinha (me censuro a dizer seu nome), parou de funcionar. O aviso: o usuário acessou conteúdo pornográfico. Ora, afora a discussão sobre o que é ou não pornográfico, para qual padrão de moralismo, é algo normal, o usuário acessar tais páginas em um local em que se trabalha o dia inteiro e se vêem poucas mulheres. Pois é, infelizmente, Olimpíada ainda é muito masculina, ao menos no centro de imprensa.

No vôlei de praia, o moralismo também se impôs. Lembro que em Atenas as dançarinas, arregimentadas por uma companhia das Ilhas Canárias, eram um show à parte. Acredito que um dos grande motivos para as arenas lotarem tenha sido a presença a presença delas. Aqui, os trajes usados pelas animadoras dos intervalos são tão pudicos que poderiam ser utilizados tranqüilamente pelas vovós em Peruíbe, sem causar estranhamento a ninguém.

Absurdo maior, pelo menos para mim, aconteceu hoje pela manhã. As "razões de segurança" cada dia surpreendem mais. Ao tentar deixar a vila de mídia com uma latinha de Red Bull, fui impedido. "Não pode entrar com bebida alcoólica no MPC", justificou a voluntária, mesmo eu argumentando que Red Bull nunca foi bebida alcoólica. Tive que voltar, beber minha latinha diária (é um dos combustíveis para aguentar extenuantes jornadas de 15, 16 horas por dia).

Se sobrasse algum tempo para tomar uma breja, a dificuldade também seria imensa. O produto simplesmente é banido no centro de imprensa. Na vila de mídia, é vendido em uma lojinha que funciona só até as 22h (horário absolutamente impensável para jornalista ter conseguido retornar para seus apartamentos). Outro dia conseguimos comprar algumas latinhas. Estão me esperando todos os dias na geladeira. Devem ficar guardadas pro dia 24.

Um comentário:

Anônimo disse...

Yuts, daw palagpat imo blog.