A notícia era sobre a morte prematura do enxadrista Bob Fischer. Mas o redator da Agência Efe pariu um primor de sublead, que me deixou morrendo de inveja: "A los 64 años, exactamente el número de casillas del tablero, Bobby Fischer ha muerto casi en el olvido..."
Procurei o nome do redator: Rodrigo Zuleta. Tentei encontrar no google um email no qual pudesse mandar um elogio direto à idéia de associar os poucos anos de vida do gênio do xadrez ao número de casas do tabuleiro.
Não me lembro o jornalista que teve a sacada de homenagear o saudoso sambista Bezerra da Silva em um lead que destacava ter ele morrido em 17 de janeiro de 2005. Ou seja, foi 171 até na morte. Ponto pro redator.
Confesso que, afora alguns títulos excêntricos, alguns já citados aqui, não me lembro de ter feito sacadas dessa magnitude em leads.
Lembro de duas de meu amigo Alessandro Lucchetti, do Diário de S.Paulo. Certa vez, ele escreveu um perfil da nadadora-musa Mariana Brochado destacando os treinos árduos de uma atleta de alto nível.
No lead tascou algo como: "Com ela não tem tempo ruim e cara feia. Até porque, mesmo que ela quisesse fazer, não conseguiria."
Mas a melhor ainda acho a que escreveu em uma materinha sobre casos folclóricos de uma edição do Paulista masculino de basquete. Não me lembro qual foi o ano.
Naquele torneio, a Federação Paulista de Basquete resolveu unir as séries A-1 e A-2 para mostrar a força do Estado. O problema é que várias equipes contavam com orçamentos de segunda divisão e, de repente, se viram alçadas ao campeonato de elite.
Um desses times, o São Bernardo, terminou o campeonato de forma vergonhosa, tendo perdido todos seus jogos. Ouvido, o treinador da equipe disse algo como: "Pelo menos demos trabalho aos nossos adversários".
"Por trabalho leia-se o trânsito caótico até o ABC paulista", escreveu o Lucchetti após aspa dessa monta.
Música para o meu pai
Há um mês
Um comentário:
Obrigado pelos elogios, bom amigo Adalba.
Que bom que vc gostou do lead dessa matéria de basquete. O técnico da equipe, o Sydney Coppini, não gostou e me tascou um tapa na orelha em Araraquara, onde tive a infelicidade de encontrá-lo durante os Jogos Abertos do Interior de 99. Hoje ele é auxiliar do Neto no Ulbra/São Bernardo. Bem, só posso dizer que torci para o Coppini se dar mal nas quartas-de-final do Paulista. Eles ganharam da Winner/Limeira, do Zanon. Mas do Conti/Assis no pasarán!!!!
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