A desclassificação de Roberto Madrazo da Maratona de Berlim, no dia 30 de setembro foi objeto de várias piadinhas dos jornais mexicanos. O ex-candidato à presidência do país, pelo PRI (Partido Revolucionário Institucional) atingiu a linha de chegada em 2h40min57s. O resultado serviu para o mexicano ganhar na categoria entre 55 e 59 anos.
Apesar disso, os organizadores descobriram que ele não havia coberto o trajeto completo e acabou desclassificado. Segundo os registros divulgados pela rede Televisa, o mexicano, que estampou no peito o número 33751, "deixou a prova no quilômetro 20 e apareceu 21 minutos mais tarde no quilômetro 35. Se tivesse corrido esse percurso, Madrazo teria feito um tempo parcial melhor inclusive do que o de Haile Gebrselassie. O etíope não só venceu a prova, como bateu o recorde mundial da maratona em 2h04min26s.
A Maratona de Berlim é uma das preferidas pelos mexicanos, que nos últimos anos conseguiram alguns bons resultados, como o recorde mundial master Andrés Espinosa em 2003 e o segundo lugar na categoria absoluta de Adriana Fernández em 2002. Apesar disso, nenhum desses triunfos tenha sido tão divulgado quanto a trapaça de Madrazo.
Para reforçar as gozações sobre ele, uma rádio local comparou os passos de Madrazo com os de Gebrselassie ao fazer uma crônica cômica da corrida. Já o diário "Milênio" divulgou uma fotomontagem em que o político exclama, à frente do portão de Brandemburgo: "Sim, eu posso! Primeiro colocado na categoria atalho livre". Atrás dele, os corredores gritam: "Herr fraude, herr fraude".
A suposta irregularidade no desempenho de Madrazo encobrem seu indiscutível mérito como corredor. Aos 55 anos, o político mantém uma excelente forma física que o permite correr os 42,195 km da maratona em cerca de 3h45min, uma média de pouco mais de 5 minutos por quilômetro.
Nascido em 1952, Madrazo desenvolveu carreira política marcada por polêmicas e altos e baixos. Em 1994, seu grupo político venceu acirrada eleição, e ele tornou-se governador de Tabasco, seu Estado natal. Aqueles comícios geraram um forte conflito pré-eleitoral com seu rival, Andrés Manuel López Obrador, que detonou protestos que chegaram até Cidade do México, a capital do país.
López Obrador o enfrentou novamente nas eleições presidenciais de 2006, na qual Madrazo acabou em terceiro, atrás do anterior e atual presidente do país, Felipe Calderón.
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