quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Gigante adormecido

Ao contrário do que ocorre no resto do mundo, os chineses não estão nem aí para o futebol. O pouco caso se traduz em uma queda galopante no número de atletas federados e vislumbra um futuro nebuloso do esporte bretão no país que mais cresce no mundo.

As cifras falam por si: atualmente só há 30 mil jovens registrados na Associação Chinesa de Futebol. Muito? Nada, para uma população de 1,3 bilhão de habitantes, a maior da Terra. Além disso, há pouco mais de dez anos havia 650 mil federados, indicando que o futuro poderia ter sido bem mais brilhante do que os tempos vividos agora. As informações foram publicadas ontem pelo diário "South China Morning Post". O número de escolas de futebol, seja de propriedade estatal ou privada (entre elas alguns empreendimentos do inglês David Beckham) passaram de 4.200 para 20 nesse período.

A China estuda a possibilidade de apresentar candidatura à sede da Copa do Mundo de 2018 (a de 2010 será na África do Sul, e a de 2014, no Brasil). Contudo, com o nível de interesse atual que o futebol tem despertado no país, seria muito difícil emplacar uma sede, ao contrário do que o gigante asiático conseguiu com a Olimpíada, que irá organizar no ano que vem.

O grande responsável por isso parecer ser a ascensão de uma geração talentosa de jogadores de basquete, capitaneados pelo astro do Houston Rockets Yao Ming. O mais recente astro é Yi Jianlian, do Milwaukee Bucks.

Além disso, há o entusiasmo que parece despertar no público em geral com a proximidade dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, e com a possibilidade de a China superar os Estados Unidos no quadro geral de medalhas.

"Se não fizermos o suficiente para reverter essa situação, o problema deixará de ser uma mera fonte de preocupação convencional", teme Yang Yimin, vice-presidente da federação local, em entrevista ao diário.

Yang assume a responsabilidade da entidade e assegura que não soube canalizar suficientemente o apoio dos clubes. O futebol local só tem obtido visibilidade na imprensa internacional em escândalos de apostas ilegais, partidas armadas ou árbitros comprados. Isso se traduziu em uma deserção em massa da torcida chinesa. O público do Campeonato Chinês de 2006 caiu para uma média de 10.600 pessoas.

Também não ajuda a má trajetória da seleção nacional, que não dá alegria aos chineses desde que se classificou para o Mundial de 2002.

Um comentário:

Marcelo Laguna disse...

Adalba, fiz um posto msobre o seu blog. Segue o link:
http://bloglaguna.blogspot.com/2007/11/blogs-bons-na-praa.html
Abração