domingo, 1 de fevereiro de 2009

As lembranças de Edson Bispo

O depoimento, dos atletas que recolhi há dez anos com os campeões mundiais de 1959, que divulgo abaixo é o de Edson Bispo dos Santos (nascido no Rio de Janeiro, em 27 de maio de 1935), pivô titular daquela equipe vencedora.

"Aquela foi uma equipe que começou em 1958, no Sul-Americano, quando fomos campeões. Foi o início do grande 'boom' do basquete nacional, após o título em Santiago. Fomos campeões invictos."

"Voltamos para Santiago para jogar o Mundial. A equipe era muito boa, homogênea. Tinha destaque para o Wlamir e o Amaury. Tínhamos dois ou três jogadores para revezar em quadra. Nós nos perocupávamos com a União Soviética."

"O jogo entre União Soviética e Bulgária foi uma vergonha porque a Bulgária recebeu ordem para perder. Houve uma marmelada muito grande. Eu estava gripado e não pude atuar contra a União Soviética, quando também perdemos. Ficou a dúvida [sobre quem era melhor]. Mas a União Soviética perdeu para o Canadá e fomos os primeiros da chave na primeira fase."

"O Algodão vinha desde 1948 e foi o único que sobrou do grupo mais antigo. Ele era o líder, o mais velho. Apesar disso, nós estávamos tranquilos na final, mas o time era mais ou menos jovem."

"No estádio Nacional deveria ter umas 25 mil pessoas assistindo à partida, que não foi tranquila, como o resultado parece dizer. O Chile, se ganhasse, seria o campeão. Mas começamos a abrir uma diferença e foi uma festa para aquele time que praticamente estava começando uma geração. Na noite em que conquistamos o título, foi dado US$ 20 para cada um para comemorar como melhor quisesse."

"Quando chegamos ao Brasil, houve desfile em carro de bombeiros. Recebemos uma medalha do presidente Juscelino Kubitschek."

"A nova geração não sabe do bicampeonato mundial. Reportagens como essa é que vão lembrar."

"Joguei pelo Vasco, pelo Corinthians, fiquei 12 anos no Palmeiras e encerrei a carreira na Hebraica, em 1971. Estou com 63 anos, aposentado. Trabalhava na Prefeitura de São Paulo. Fiquei 36 anos como professor de educação física em escolas."

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