Não é só o Brasil que vive má fase no basquete masculino. País que será a sede do Mundial de 2010, a Turquia passa por profunda crise após o fiasco no último Pré-Olímpico. Considerada uma das forças da Europa, a Turquia não venceu nenhum jogo na segunda fase, tendo sido eliminada até da disputa por vaga no Pré-Olimpico Mundial.
O técnico, o antes estrategista Bogdan Tanjevic, que levou Oscar e Marcel para a Itália nos anos 80, agora é visto com reservas. Suas táticas estão sendo mais questionadas do que as seguidas pelo técnico Lula no Pré-Olímpico de Las Vegas.
Com um time recheado de estrelas e comandado pelo veterano Turkoglu, a expectativa local era que a equipe estivesse entre os favoritos ao título, ao lado de Espanha, Grécia e Lituânia.
No entanto, sem um armador de destaque e um líder em quadra (olha aí mais uma semelhança com a seleção brasileira!) o time só conseguiu bater a frágil República Tcheca e perdeu uma seqüência de cinco jogos, sempre jogando mal. A exceção foi contra a Itália, quando Turkoglu se destacou, marcou 34 pontos e conduziu o time até uma prorrogação. Mas a apatia voltou a contagiar o elenco no tempo-extra, e o ala, sozinho, não salvou o time.
Segundo jornalistas especializados locais, Tanjevic parece adotar táticas confusas, substituindo os jogadores independentemente de suas performances em quadra (parece alguém?). Ele retirou de quadra, contra a Itália, Kaya Peker, que vinha fazendo uma grande partida. Após o jogo, admitiu que havia cometido um grande erro (aí as semelhanças acabam!). Não havia nenhuma química entre os jogadores, e as desavenças podiam ser notadas em quadra (ops, eu falei que as semelhanças haviam acabado?).
O basquete europeu atual é característicamente forte, rápido e atlético. A Turquia mostrou não ser suficientemente forte, trocava bolas lentamente e não mostrou muitas opções em quadra (ops, estamos na Turquia?). A maioria dos jogadores temem fazer infiltrações e acabam arriscando, atabalhoadamente, arremessos de longe (ops, onde é isso?).
Os armadores à disposição de Tanjevic, Engin Atsür, Hakan Demirel e Ender Arslan não podem ser comparados com Calderón (Espanha), Diamantidis (Grécia), Papaloukas (Grécia) e Tony Parker (França), Jasikevicius (Lituânia), Lakovic (Eslovênia) ou Holden (Rússia), destaques do classificatório europeu.
À Turquia só resta esperar uma performance melhor no Mundial de 2010. Mas, até lá, precisará se reestruturar e tomar algumas duras decisões para o futuro da equipe, sob o risco de ser mera organizadora do Mundial. Nosso tormento continua no ano que vem.