segunda-feira, 30 de junho de 2008

Politicamente bizarro

Tyson Gay prossegue em sua tentativa de perseguir os velocistas jamaicanos, donos da hegemonia nos 100 m, prova mais nobre do atletismo, desde o ano passado.

Ontem, ao checar os resultados das seletivas norte-americanas, que estão sendo realizadas em Eugene (Estado do Oregon, na costa Leste), fiquei impressionado com a marca obtida pelo norte-americano ao vencer a final do classificatório: 9s68. O tempo seria o novo recorde mundial. Não bastasse isso, abaixaria em 0s04 a marca que estava em poder do jamaicano Usain Bolt.

Já previa as trocentas retrancas que teria que abrir para relatar tal façanha, em um dia em que a edição estava carregada e um enorme anúncio manchava a página de atletismo, com um abre e três outras retrancas sobre o Troféu Brasil, encerrado ontem.

Felizmente, Tyson Gay, para cravar tal marca, contou com uma nada desprezível ajudinha de um vento de 4,1 m/s. Como o máximo permitido pela Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) é 2 m/s, pude seguir tranqüilamente para casa, após trocar uma notinha.

Toda essa peroração é para relatar algo bizarro do mundo da notícia. Um site norte-americano, ligado aos valores familiares de religiosos, conta com um filtro para não divulgar material pornográfico e um programa automático para evitar termos politicamente incorretos. Assim, o termo "gay", considerado por muitos pejorativo, é substituído por "homossexual".

Com isso, a notícia sobre a classificação do ótimo velocista, saiu de forma bizarra no site familiar-noticioso: "Homossexual vence com facilidade eliminatória olímpica dos 100 m". Quer conferir o erro? Clique aqui.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Hino às avessas

A TV Suíça SRG teve que pedir, envergonhada, desculpas ontem por haver substituído a letra do hino alemão pela da versão nazista. O equívoco aconteceu ontem, antes da partida entre Áustria e Alemanha, pela primeira fase da Eurocopa. A informação é do diário Blick, de Zurique.

"É um erro imperdoável", admitiu o responsável pelo serviço de legendagem, que culpou duas jovens redatoras.

As palavras da versão nazista e do hino alemão atual saíram da mesma canção, "Das Deutschlandlied". Os versos são de August Heinrich Hoffmann sobre canção do austríaco Joseph Haydn, composta em 1841.

Utilizados integralmente como hino nacional a partir de 1922, a versão atual só retoma a terceira estrofe, enquanto que o hino naziste se limitava à primeira e esta proclamava que a "Alemanha está por cima de tudo", algo que até os telespectadores surdos puderam acompanhar graças ao gerador de caracteres, que acompanhou o hino.

O caso é ainda mais vergonhoso porque a Áustria, terra natal de Adolf Hitler, foi o primeiro país anexado pela Alemanha nazista, no dia 15 de março de 1938.

domingo, 15 de junho de 2008

Ordens superiores

Fato bizarro ocorreu durante o Campeonato 13o Ibero-Americano de atletismo, em Iquique, no Chile. Um guarda demorou longos minutos até deixar entrar no estádio uma ambulância chamada para socorrer uma atleta espanhola lesionada.

"Me disseram que por aqui ninguém passava", justificou o segurança aos enfermeiros que insistiam em entrar com o veículo para apanhar Irene Pelayo, que competia nos 3.000 m com obstáculos e se machucou quando saltava o rio de água.

Após alguns minutos, o guarda permaneceu insensível ante os apelos e gritos dos encarregados da ambulância, que resolveram chamar um membro da organização, que finalmente liberou a entrada do veículo.

Mesmo tendo passado dois dias do incidente, ele ainda faz parte do rol de anedotas contadas por atletas e jornalistas que participam do Ibero-Americano. O guarda em questão, cuja identidade foi preservada, havia substituído um colega mais benevolente poucashoras antes. E, ao assumir o posto, recebeu a ordem: "Por aqui, ninguém passa".

A instrução foi seguida à risca, deixando Pelayo esperando por sua remoção. "Tenho ordens de não deixar entrar ninguém", repetia impassível o guarda.

Embora ninguém saiba quem foi o autor da proeza, comentários ontem davam conta de que o segurança foi deslocado para cuidar dos banheiros. A espanhola Pelayo, por sua vez, sofreu lesão no joelho direito. "Precisará de umas três semanas de descanso", disse à agência Efe o treinador da delegação espanhola, Alberto Esteban, que acrescentou que Pelayo passará por uma ressonância magnética para ver como evolui sua recuperação.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Most improved player?

O técnico Moncho Monsalve enfrenta um baita problema com as deserções dos principais astros da seleção masculina de basquete. Para unir o grupo que estará em ação no Pré-Olímpico Mundial de Atenas, em julho, nada melhor do que elogiar os jogadores que estão a sua disposição.

Ontem, ele perdeu mais um jogador, o armador Valtinho, lesionado, e convocou mais três: o ala-armador Duda Machado [com o irmão Marcelinho na foto] e os alas Ricardo Probst e Jonathan Tavernari.

E o espanhol exagerou um pouco ao falar das chances da seleção que disputa o classificatório em busca do retorno à Olimpíada após ausência de 12 anos.

"O Brasil possui um grande potencial de jogadores. Com as ausências que aconteceram, perdemos em talento e versatilidade. Mas com certeza, continuamos na briga pela vaga olímpica. Os três novos convocados mereceram defender a equipe principal. Espero poder contar com Barbosa [Leandrinho] e aguardarei sua posição até segunda-feira [dia 16]. Com ele o grupo está definido", afirmou o treinador.

Para ele, três jogadores foram os que mais progrediram no mundo nos últimos dois anos. "Marcelo Huertas, Marc Gasol [MVP da liga espanhola] e Duda Machado", sentenciou o treinador.

Problemas à vista


Após ter que lidar com a dispensa de Nenê, Anderson Varejão e Guilherme Giovanoni, o técnico Moncho Monsalve se meteu em outra enrascada. Convocou ontem para o Pré-Olímpico um atleta que pode ter "problemas de vista".

O ala Jonathan Tavernari foi vítima de uma técnica de marcação nada convencional em um jogo do campeonato universitário norte-americano. Seu adversário, Jason Walberg, enfiou o dedo em seus olhos, "golpe" proibido até mesmo nas violentas lutas de vale-tudo. Jonathan comprimiu as pálpebras, mas continuou a jogar. O juiz sequer marcou a falta, mas o fotógrafo Cris Detrick captou o momento com sua câmera. A foto lhe rendeu o terceiro lugar na categoria "Esportes em ação" da World Press Photo, uma espécie de Oscar do fotojornalismo. Para saber mais sobre a história que o momento do clic, entre no blog do fotógrafo

Brincadeiras à parte, Jonathan tem uma visão sadia e um bom currículo que o credencia a fazer parte da seleção que vai tentar se salvar do fiasco de não ir à terceira Olimpíada consecutiva. Ele atualmente joga na Brigham Young University, em Salt Lake (Utah). É a mesma universidade que já revelou o pivô Baby (ex-Utah e Toronto) e na qual Walter Roese, hoje na Universidade de San Diego, atuou como auxiliar. Atua como ala, posição em que a seleção masculina está carente.

Além disso, tem o basquete no sangue. É filho de Thelma Tavernari, conhecida treinadora de categorias de base de SP.

Espanha nas alturas

Está certo, a seleção espanhola é arrogante. Cantou vitória na véspera. As jogadoras diziam que sabiam que venceriam Fiji e Brasil e estavam mais preocupadas com o jogo das quartas-de-final. Desprezaram excessivamente o Brasil, renovado e sem grandes estrelas, mas com surpreendente capacidade de marcação e boas infiltrações.

No entanto, das que vi até agora, elejo como musa do Pré-Olímpico Mundial uma espanhola, a reserva Tamara Abalde. Não é todo dia que vemos uma pivô espigada (1,92 m) com essa movimentação toda. Aos 19 anos mostra que tem grande futuro dentro do garrafão. Além de charme, que lembra a atriz italiana Claudia Cardinalle, em seus melhores anos.

No universitário norte-americano, Tamara igualou o recorde de pontos em uma partida da Lady Cardigans, da Universidade de Lamar, no Texas. Marcou 44 contra o Wiley College (vitória por 71 a 47). Nas horas vagas, Tamara, natural de Vigo, ainda se equilibra nos tamancões para dançar flamenco.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Ao seu legítimo dono

Há um ditado que diz que o que é do homem o bicho não come. Johan Neeskens, assistente de Frank Rijkaard durante a Eurocopa de 2000, pode provar que o ditado estava certo.

Uma bolsa do ex-jogador foi encontrada em um camping na Suíça ocupado por torcedores holandeses, que se instalaram no local para acompanhar a Eurocopa de 2008!

A maleta esportiva continha anotações táticas, chocolates Toblerone, sabonete e uma agenda com os números de telefone dos jogadores e do treinador.

Ela havia sido roubada na Suécia, quando a Holanda se preparava para o Europeu de seleções. Oito anos depois, os ladrões a deixaram logo na entrada do camping de Neuenegg (norte da Suíça, próximo a Berna), pouco antes de o local receber, na sexta-feira passada, torcedores holandeses.

A informação foi confirmada por Teddy Wassmer, responsável pelo camping em que foi encontrada a bolsa preta com o logo da federação holandesa de futebol. O material será devolvido ao seu proprietário.

Em 2005, passei por situação parecida em Madri. Tive a bolsa roubada no ônibus da excursão que integrava. Dentro dela, nada de muito valor: minhas passagens de volta (no meu nome), um óculos de sol vagabundo e dois filmes que havia tirado durante a viagem. Esses eram os mais preciosos para mim. Praticamente não tenho fotos de minha passagem por Lisboa e Madri. Quem sabe não tenho sorte parecida?