terça-feira, 16 de setembro de 2008

O dia em que fui heroi sem ter sido

O trekking pelos arredores de Chiang Mai foi bastante divertido. Nos embrenhamos no meio do mato por dois dias. No primeiro, fizemos um divertido passeio sobre lombo de elefantes. Rendeu fotos engraçadas. Depois, mais três horas ladeira acima na mata ate chegarmos a uma aldeia, onde dormirmos em cabanas de bambu para la de rústicas.

No dia seguinte, nova caminhada, desta vez de duas horas, ladeira abaixo. Desta vez, o caminho estava ate pior. Havia chovido muito na véspera, e a terra estava bastante escorregadia. Devo ter caído umas quatro ou cinco vezes. Depois de tudo, um rafting pelas corredeiras ate o local onde iríamos almoçar e, de la, partiríamos de volta a Chiang Mai.

Para descermos as corredeiras, dividimos nosso grupo, uma verdadeira babel, em dois botes. No primeiro foram o Raul e a Nuria, um casal de espanhóis, e o Christoph e o Julien, dois franceses. No meu também estavam a Sofia (Argentina), o Frank (EUA) e o Tomi (Croacia).

Em cada grupo havia dois novatos e dois que faziam rafting pela segunda vez em suas vidas (eu incluído). Nosso barco partiu um pouco depois. E, mesmo com dois estreantes, nossa coordenação parecia perfeita.

Tanto e que, em uma manobra um pouco mais arriscada, ultrapassamos o outro grupo. Batemos os remos no alto de berramos junto com o guia: "Good team".

Não sei se foi nossa empatia, mas não se passaram nem cinco minutos, quando pegamos a pior corredeira do caminho.

Ate então o passeio estava divertido. Mas, naquele ponto, surpreendentemente, o bote virou. Estava logo atrás do Tomi, a Sofia vinha ao meu lado. Não vi mais nenhum dos dois.
Em um lampejo, tentei chegar ate o guia que nadava desesperadamente rumo a margem. Cheguei a tocar em seu colete salva-vidas, mas não consegui segura-lo por muito tempo.
A corredeira me levou rio abaixo. Minha única opção era tentar apanhar o bote, que estava de ponta cabeça. Mas a forca da agua fazia essa tarefa parecer impossível.

Desci rio abaixo em um período que pareceram horas, mas foi apenas uns dois ou três minutos. Engoli um pouco de agua, mas o pior era não saber o quão perigoso era o percurso.
O guia tinha dito que havia uma corredeira mais íngreme, e me parecia ser justamente a que eu estava (descobri depois que era mesmo).

Finalmente as águas agitadas acabaram. As duas coxas e os joelhos doíam com o esforço de lutar contra as águas. Tanto que, mesmo no trecho mais brando, ainda demorei um pouco para chegar a margem.

Ao lado, preocupados, estavam o pessoal do outro barco, me aguardando. Com a ajuda de um dos guias, resgatei nossa embarcação e a viramos. Quando meus companheiros de naufrágio chegaram, estava sentado, tranquilo, no barco.

Ate então, não tinha noticias deles. Após nosso "naufrágio", felizmente, o Frank conseguiu chegar a margem. O Tomi também nadou ate ela e, no caminho, ainda resgatou a Sofia. eu havia atravessado a corredeira.

Desesperada com a situação, nossa amiga argentina não queria voltar ao barco. Foi convencida depois que o guia disse que no caminho por terra havia muitas serpentes.

Quando eles chegaram, estava sentado no barco, os aguardando. Todos se surpreenderam com minha aparente calma. Acho que meu inglês vagabundo não serviu para convence-los de que minha paura fora imensa.



Parecera que eu fora o único que lutara contra as corredeiras para resgatar o barco. Deixei a lenda rolar. Almoçamos, concluímos o trekking e voltamos nesta van aí em cima para o hotel. Na foto aparecem, da esq. para a dir., Raúl, eu, Frank, Sofia, Julien, Christoph, Tomi e Nuria, toda a turma que estava no rafting.

Demos boas risadas do episódio à noite, em uma cantina italiana. Provei meu primeiro pesto e minha primeira caipirinha em terras orientais. Acho que, após esse acontecimento trash, nasceu uma amizade multicultural.

sábado, 13 de setembro de 2008

Cada um com os seus costumes

Cumpre aqui lembrar duas gafes cometidas por esse que vos escreve em suas perambulacoes pelo sudeste asiatico.

A primeira aconteceu ainda em Halong Bay, balneario paradisiaco perto de Hanoi. Estava passeando por uma das formacoes rochosas, quando uma local tentou me impingir algum badulaque. Conversei um pouco com ela e vi seu filho pequeno ao lado. Foi inevitavel passar a mao na cabeca dele.

Ela nao gostou nada. Fechou cara, puxou a crianca e foi embora. Descobri depois que para os vietnamitas (pelo menos para alguns deles), a cabeca e um local sagrado e nao pode ser tocada impunemente.

Essa outra, bem pior, aconteceu ja no Camboja. Estava em Siem Reap no final da tarde, apos mais uma longa caminhada pelo complexo de templos de Angkor.

Tinha tomado uma baixa chuva e molhado toda a minha bermuda. Minhas opcoes para sair na rua eram uma calca jeans (descartada de cara diante do calor local) e um shorts. Pus esse ultimo e sai todo alegre a perambular pelo mercado velho, local onde e farta a oferta de souvenires.

Parei em uma das lojas e resolvi comprar uma camisa do Camboja. Paguei e descobri que tinha virado atracao entre as vendedoras. Muitas delas chegavam perto de mim com saias e diziam para eu experimentar.

No comeco achei que era brincadeira. Mas diante da insistencia e da galhofa geral em relacao a mim, comecei a me irritar. Descobri que para os pudicos costumes locais, so um gay assumido andaria na rua no Camboja de shorts.

Sai de la, mas a coisa havia ficado insuportavel. Por onde passava ouvia as pessoas comentando em seu estranho idioma. Decidi correr para o hotel para por a bermuda molhada mesmo.

De volta ao paraiso

Após uma certa decepção com o Camboja, tomei o avião logo cedo para Bancoc. Antes, mais negociações em Phnom Phem.

No hotel, em que havia combinado que minha diária incluía o café da manha, me cobraram pela refeição. Paguei mais por estar saturado de discutir do que por ter ficado satisfeito com o serviço oferecido no buraco em que havia me metido. Ainda postarei fotos de la aqui no blog. Disputa com o saudoso New York Inn (lembra dele, Lucchetti?) como o pior hotel em que fiquei na minha vida.

Na saída, mais uma negociação, desta vez com o piloto da tuk-tuk (a moto que puxa espécie de charrete). Ele queria US$ 10 para me levar ao aeroporto. O cara da portaria do hotel tentou me empurrar o seu tuk-tuk por US$ 7, mas nao topei. Bati o pe para o segundo motociclista que pagaria no máximo US$ 5. A contragosto, ele aceitou, após eu ameaçar procurar outra moto. Saiu barato. Mas cansa lutar o dia inteiro para não ser sacaneado nos preços.

A Tailândia, por sua vez, tem sido um alivio. Desembarquei em Bancoc e na hora me deu vontade de ir para uma cidade mais calma. Segui rápido para a Thai Airways e comprei um bilhete para Chiang Mai. Aqui, dei a sorte de me hospedar na Julie Guest House, provavelmente a melhor pousada da cidade. Povo simpático, quarto colorido e alegre, preço absurdamente barato (pagarei uns 350 bahts de diária, algo como US$ 10).

Hoje fui numa feirinha noturna meio hipponga no centro da cidade (uma pena, mas não achei imãs de geladeira, meu souvenir predileto). Me iniciei na culinária tailandesa (que pelo jeito promete ser tão boa quanto a vietnamita).

E, depois da massagem khmer, descobri que em Chiang Mai e ainda mais barato fazer massagem. Hoje contratei duas massagistas para uma legitima massagem tailandesa (sem a sacanagem, hehe) por menos de R$ 6!!!

Amanha parto para um trekking de dois dias no meio do mato, com direito a noite de sono em cabana de bambu, rafting e canoagem.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Sobre honestidade

Li no Mais! há alguns anos, um artigo acho que do econo9mista Eduardo Gianetti, que comparava o grau de desenvolvimento de um país à honestidade de sua população. Segundo ele, quanto mais subdesenvolvido fosse um lugar, mais desonesto seria seu povo.

A definição se encaixa como uma luva aqui no Camboja. Desde que peguei o táxi no aeroporto de Siem Reap, a impressão que me dá é que todo mundo está pronto para te passar a perna, mesmo que normalmente seja para levar vantagem em migalhas. Vamos aos exemplos.

O cara do hotel me cobra US$ 8 de diária. Ok, é pouco. Mas o hotel, como disse no post aí embaixo, não oferece nenhum luxo. Hoje pela manhã, descobri que o último hóspede que ficou no mesmo quarto que eu, um alemão, pagou US$ 7. Sim, US$ 1 a menos é muito pouco. Migalha.

Pela manhã, queriam me cobrar o café no hotel. Argumentei que ja havia tratado que minha diária incluía o café. Voltaram atras.

Após o café da manhã, contratei um mototaxi para me levar ao Killing Field of Choeung e para o Tuol Sleng Museum. São os dois museus que revelam as atrocidades cometidas pelo Khmer Vermelho. O primeiro foi um campo de extermínio onde morreram ao menos 17.000 pessoas. O segundo era uma escola que foi transformada às pressas em prisão e centro de tortura sob o regime cruel de Pol Pot. Depois dos templos milenares de Siem Reap, queria adentrar a uma história mais contemporânea.

Mas voltando ao assunto que quero tratar aqui, o cara da moto me pediu US$ 15 pelos dois passeios. Aceitou por US$ 10 mesmo. Depois descobri que as motos normalmente fazem o trajeto por US$ 5. E há um tour promovido por uma ONG que cobra US$ 7 para levar não só a esses dois lugares, mas também ao Museu Nacional e ao antigo Palacio Real. Sim, US$ 10 é absurdamente barato, pros padrões brasileiros, para contratar um mototáxi que ficou comigo das 9h30 as 14h40. Mas o sentimento de ser enganado e inevitável.

Na bilheteria do Killing Field of Choeung, o campo de extermínio do Khmer Vermelho, me avisaram que o ingresso era US$ 2. Resolvi pagar em riels, a moeda local (havia feito um câmbio alto e desnecassario, ja que todo mundo aceita dolar). Sabia que o valor era de 8.000 riels (um dolar vale 4.000 riels). Mas para mim houve um ágio, e o valor subiu para 4.200 riels. Nova migalha perdida.

No museu seguinte, fiz o mesmo, paguei em riels. E dessa vez, surpreendentemente , veio o troco certo. Elogiei a honestidade da bilheteira, algo que passei a fazer por aqui sempre que, por exceão, não era sacaneado.

Pequenas desonestidades ja haviam ocorrido em Siem Reap, quando a vendedora de bebidas me cobrou um chá gelado de US$ 1,5 por 8.000 riels (agio de 500 riels, outra migalha). Ou a tuk-tuk (moto que puxa uma especie de charrete, comum por aqui) contratada para três dias por US$ 45. Soube depois, que poderia ter ficado por menos de US$ 30, se tivesse resolvido barganhar.

Por tudo o que escrevi acima, posso parecer estar arrependido de ter incluído o Camboja em minhas férias após estadias fabulosas no Vietnã. Não, sinceramente não. Acho que os três dias perambulando pelos templos de Angkor valeram muito a pena.

Também foi fabuloso ter mergulhado na história contemporânea ao ver de perto a herança de uma das ditaduras mais estúpidas da história humana. É incrível pensar que o mesmo povo que produziu os templos fabulosos de Angkor pode ter gerado um ditador tão sanguinário como Pol Pot. Em pouco mais de três anos no poder, o regime do Khmer Vermelho matou cerca de 1,7 milhão de pessoas.

Phnom Phem, de importante entreposto do sudeste asiático, tornou-se quase uma cidade fantasma, quando o ditador obrigou 3 milhões de pessoas a seguirem para o campo, para o plantio de arroz. A população capital do pais caiu para 40 mil pessoas, a maioria ligada à burocracia pública.

No Killing Field of Choeung há um impressionante memorial às vítimas da ditadura. Nele, uma estante expõe milhares de crânios coletados durante escavações no campo de extermínio. Diante de tanta gente assassinada, é impossível para o país identificar esses corpos.

No Tuol Sleng Museum o que mais impressiona é a história do lugar. Originalmente uma escola, foi transformado na Prisão de Seguranca 21, a temida S-21, sob a ditadura Pol Pot. Lá, chegou-se a matar uma média de cem pessoas por dia. Em uma das alas, há três andares, cada um equipado com salas de tortura (um total de 20 delas!).

Nas outras alas do antigo complexo escolar, há salas e salas transformadas em microcelas, onde o banheiro era uma caixa de excrementos e os presos ficavam amarrados pelo pé a uma grade de ferro para não se moverem, já que as celas eram precárias. Lá também há outra coleção de crânios em exibição (parece que a ditadura tinha predileção por cortar a cabeça de suas vítimas).

Sai desses dois locais tão deprimido com a miséria humana que decidi comprar naquela hora mesmo minha passagem para a Tailândia, último país de meu tour asiático.

Para encerrar esse parêntesis, as casas de massagem (sérias) são outro item que fez o Camboja valer a pena. Por US$ 7 fiz a melhor massagem de uma hora com óleo da minha vida. Por US$ 6, no dia seguinte, consegui recuperar panturrilhas e coxas após dois dias subindo degraus íngremes e irregulares do complexo de Angkor.

Do Camboja conheci tudo o que queria. Aqui, após tudo o que ocorreu e comparado ao que foi o Vietnã, tenho um sentimento de que não quero voltar. Espero que o pais, daqui a alguns anos, me faça mudar de ideia.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Quem e o genio que indica os hoteis pro Lonely Planet?

Não sei sinceramente quem é o gênio que indica os hotéis para o Lonely Planet, verdadeira bíblia dos mochileiros, entre os quais passei a me incluir neste tour asiático.

Como bom turista descapitalizado, o primeiro item que verifico nos hotéis indicados é o preço. Ok, posso parecer um pouco mão de vaca por querer pagar não mais do que dez doletas por uma diária. Mas, acredite, para os padrões vietnamitas e cambojanos, isso não é nada de mais. Já cheguei a pagar dez doletas em um hotel em Hue que, alem de tudo, tinha cafe da manhã personalizado (você escolhia o prato) e internet livre.

Mas foi em Hoi An que um livrinho sobre o sudeste asiatico e região do Mekong me chamou a atenção. Era exatamente meu roteiro pós-olímpico. Como não pesaria excessivamente na bagagem, comprei por improvaveis 14 mil dongs (R$ 14, em valores brasileiros). Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que era um livro pirata! Até no Vietnã se pirateia livros (e em inglês!). Mas acho que a idéia não pegaria no Brasil.

Enfim, desde que estou com o livrinho, tentei duas vezes (em vão) ficar em hotéis que o Lonely Planet indica. Em Nha Trang, por mero acaso, caí em um muito bom, pela bagatela de US$ 15. Em Saigon, não encontrei o hotel indicado. Acabei ficando em outro. Bom, pelos mesmos US$ 15.

Mas no Camboja resolvi radicalizar. Sempre que cheguei a uma cidade por aqui, ja disse de cara ao motorista que tinha reserva em dado hotel, que ja tinha escolhido pelo livrinho.

O primeiro de minha aventura foi em Siem Reap. Era um hoitel sem café da manhã, com lagartixas albinas andando animadamente pelas paredes (uma pena não poder postar, porque tenho foto disso). O lado bom é que a internet era gratuita. Mas era disputada a tapa entre norte-americanos, ingleses, israelenses, alemães e -logico- esse que vos escreve.

Por fim, cheguei hoje a Phnom Phem, que é a capital do glorioso Camboja. Novamente fui pelo livrinho. Desta vez o motorista de tuk-tuk (aqui no Camboja é uma espécie de charrete puxada por uma moto) não conseguia achar o local.

Quando cheguei a essa rua sem saída, onde escrevo em um cyber cafe, não encontrava o hotel. Era necessário passar por um estreito corredor meio alagado pelas chuvas, que não param de cair nesta época no Camboja. No caminho, umas três residências de locais e uma casa de sinuca.

Após outro corredor, esse já meio escuro, recheado de portas que lembravam cabines de navio, cheguei finalmente a uma cozinha. A portraia do hotel ficava no andar de cima. Deixei então minhas pesadas malas no térreo e pus a mão no corrimão da escada. Senti algo frio. Percebi que era outra lagartixa albina. Elas me perseguem.

Na portaria, o atendente me expôs que havia dois tipos de single room, um por US$ 4 e outro por US$ 8. Mas não consegui entender patavinas de qual era a diferenca entre os quartos. Diante do que já vira, achei prudente pagar pelo quarto mais caro.

E, por pouco mais de R$ 14 estou desfrutando de um quarto com duas camas (uma de casal) e ar-condicionado. O banheiro, bem, o banheiro e daqueles tradicionais do Camboja, em que não há box e a ducha alaga toda a extensão do local a cada vez que é ligada. A vantagem é que dá para mijar e escovar os dentes durante o banho. Tudo tem seu lado bom.

Vamos ver o que me aguarda amanhã.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Em ingles nos entendemos

Ja dois amigos me cobraram pelo fato de eu nao estar escrevendo no blog ha algum tempo. Anteontem foi a vez de alguem especial fazer o mesmo pedido. Entao, acho que e hora de retomar a coisa por aqui. Vou dar as minhas razoes para essa longa ausencia (uma delas ja deu para perceber, ne?, e a falta de acentos nos teclados a que tenho tido acesso. Paciencia. Corrijo quando voltar ao Brasil.)

Apos a cobertura da Olimpiada segui de ferias para Hong Kong com o Ohata, colega da Folha. De la, ja sozinho, viajei para Hanoi. Em seguida, sem roteiro muito bem definido, fui descendo pelo pais, passando por Halong Bay, Hue, Hoi An e Nha Trang ate chegar a Saigon. Em seguida, tomei um voo ate Siem Reap, ja no Camboja. Amanha sigo para Phnom Phem, que e a capital do pais.
Encerro minha jornada asiatica na Tailandia. Ainda com roteiro a definir.

Nao faltaram historias divertidas para contar. Mas, neste periodo, so tive acesso a internet dos PCs dos hoteis em que fiquei. Dois problemas surgiram para atualizar o blog. O primeiro, e obvio, e a absoluta falta de acentos nos terminais asiaticos. Nossa lingua e mesmo estranha por essas paragens. O segundo, e isso e uma pena, e a impossibilidade de anexar as fotos que vou fazendo pelo caminho. Outro fato a se lamentar, ja que pelas minhas ultimas contas (que fiz ainda no Vietna), ja foram umas 2.500 imagens.

Mas vamos a um causo divertido que ocorreu na segunda, ultimo dia meu no Vietna. Peguei um taxi ate o aeroporto e minha preocupacao era nao ser engabelado pelo taxista. Em Hanoi cheguei a pagar absurdos 60 mil dongs (algo como R$ 60) por uma corrida que em Sao Paulo nao passaria de uns R$ 20.

Durante o caminho, abri o livrinho da Lonely Planet sobre o pais, que havia comprado dias antes, para mostrar que estava atento a possiveis desvios de rota para aumentar o valor da corrida (como se fosse um as das ruas da Saigon!).

O taxista percebeu, e, de pronto, me indicou um onibus que seguia logo a nossa frente. Mostrou que a plaquinha indicava que ia para o aeroporto. Conferi no guia, e realmente era o nome do aeroporto (nao me pecam para lembrar agora, de cabeca!). Respondi que estava so conferindo os hoteis da minha proxima estadia. Percebi que o taxista pouco havia entendido ou nao compreendera patavina.

Resolvi entao imitar o sotaque de ingles macarronico dos vietnamitas que havia ouvido durante toda a viagem, iniciando um papo non sense. "I like veri muti Vietna. Veri biutiful pipou." O motorista aquiesceu com a cabeca.

Pensei entao em ir alem, para ver o que o cara iria achar. "Pipou a lori of friendili." Mais uma acenada afirmativa. Apelei: "Andi de gueurls? Fantastic gueurls." Ele sorriu em sinal de aprovacao.

Como meu papo o divertia, resolvi contar um fato curioso que havia acontecido comigo na vespera, em minha ultima noite no Vietna. A melhor coisa que poderia fazer era ficar amigo do taxista, afinal diminuiria a chance de ser achacado novamente, ne?

"Iesterdei, ai uas comi bequi to the hotel uif a friendi ofi maine, a suitzerland, do iu know? Then, a traveco (aqui nao sabia dizer o equivalente em ingles, mas acho que isso nao fez muita diferenca para o motorista) stopped his motorcaicou and offer to me and mai friendi a chupeta (e, meu ingles nao chega a tal grau de refinamento, mas isso pouco importava no momento).

Resolvi entao fechar a historia com chave de ouro, apelando para um coloquial: E eu tenho cara de quem gosta de traveco? Saiu algo como: "Andi ai heve a face who like travecos?" Foi quando o sacana do taxista virou para mim e fez um sinal afirmativo.

Chegamos no aeroporto internacional de Saigon (ou Ho Chi Minh, para as reparticoes oficiais) e ele me mostrou o taximetro em 10.500 dongs. Quis cobrar tambem mais 500 dongs por ter levado minhas duas pesadas malas. Eram R$ 11. Haviam me avisado que uma corrida ate o aeroporto ficaria em R$ 10. Estava de bom tamanho. Paguei sem pestanejar.

Segui adiante. Mas fiquei na duvida se o taxista concordou que nao tenho cara de quem gosta de traveco ou se quis dizer que eu tinha toda a pinta de quem curtia um corpo de mulher provido de pipi.