quinta-feira, 5 de março de 2009

Marcha ré

Para mim foi uma revelação, já que não a conhecia. Estava no Ninho de Pássaro, cobrindo o atletismo olímpico em Pequim quando iniciou a execução do hino nacional russo. No telão da arena, aparece a figura da musa: Olga Kaniskina, a campeã da marcha de 20 km.

Corta para sete meses depois. A campeã e recordista olímpica, número um do ranking em sua prova, destrona a compatriota Olimpiada Ivanova. Kaniskina crava 1h24min56s, quase um minuto mais rápida do recorde anterior, obtido no Mundial de Helsinque-2005, por Olimpiada (1h25min). Que não se perca pelo nome: a russa não passou de uma prata nos Jogos de Atenas-04. Foi 11ª em Pequim-08.

Kaniskina, porém, não terá seu recorde ratificado pela Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo). É que a prova não atendeu a todas as exigências da entidade para ser ratificada. Houve controle antidoping (um dos graves problemas do atletismo russo há poucos anos), mas não havia três juízes internacionais para fiscalizar o andamento da competição.

"Não convidamos juízes internacionais porque essa competição é apenas parte do processo de preparação", disse Valentin Maslakov, técnico chefe da Federação Russa de Atletismo.

"Aqui, só checamos a condição dos atletas para as competições mais importantes do verão [do Hemisfério Norte]. Sempre temos árbitros internacionais no Campeonato Russo de verão. Contudo, por conta dos últimos resultados, devemos, no futuro, convidar juízes internacionais no inverno também", desculpou-se.

Mas aparentemente, o feito de Kaniskina não é inédito na história da marcha russa.

"O tempo de Olga Kaniskina não é, de fato, o melhor resultado [da história]", minimizou Alexei Melnikov, técnico chefe de marcha da federação russa. "Olimpiada Ivanova já marchou mais rápido aqui", acrescentou.

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