sábado, 22 de novembro de 2008

Trava-línguas

Foi num Carnaval de alguns anos atrás. Em certa cidade do interior, minha escola de samba cantava na avenida uma singela homenagem ao período do Egito antigo. Você dirá que isso é uma coisa meio banal em desfiles de escola de samba e devo concordar que há alguns temas recorrentes, como os negros, os índios e as belezas da Amazônia. Mas de fato o que quero lembrar é o refrão antológico, que ficou nos anais (no bom sentido) do Carnaval prudentino:

"Cleópatra, Cleópatra, Cleó-pa-tra"

Pois é. Não bastava pôr um nome como Cleópatra no refrão do samba-enredo. Era preciso repeti-lo três vezes, criando um trava-línguas quase intransponível para todos os componentes da escola. Sim, porque ninguém na platéia se arriscava a cantá-lo. Dificuldade a tal ponto que na terceira repetição era necessário soletrá-lo como crianças recebendo as primeiras lições (não, creio que não era essa a intenção do compositor).

Mas não é só no Carnaval que a gente fica conhecendo refrões bizarros. Lembro de dois (devem haver bem mais por aí), que ouvi já em minha carreira de jornalista esportivo. Ambos ocorreram -acho que não por acaso!- no vôlei.

O primeiro na verdade não fui eu que presenciei. Foi a Tânia Scaffa, uma colega dos meus tempos de Lance!. Certa tarde, Taninha tinha ido a Santo André cobrir jogo do time local, que contava com Marcelo Negrão e era patrocinado pela Philco.

Como é comum nestes times, os marqueteiros de plantão quebravam a cuca para que sua marca tivesse a maior visibilidade e exposição possível. E aquela história de que ninguém vai ao ginásio para gritar Tratores Valtra ou Colégios COC nem sempre é verdadeira. Ao menos naquele dia, no ginásio Pedro Dell'Antonia.

"Ah, eu Philco louco!", berravam entusiasmados os torcedores.

Ignoro se a Philco ganhou aquele confronto. Mas o time não teve continuidade, o que acho que já explica alguma coisa.

O outro "causo" ocorreu comigo. Fui enviado a Guarulhos para cobrir o "clássico" entre UnG e Rexona. O time da universidade contra a equipe do desodorante. De um lado, Zé Roberto Guimarães e Ana Moser. Do outro, Bernardinho e Érika.

E a torcida, como não podia deixar de ser, ensaiava seus gritos de apoio. A mais animada era a do Rexona, caravana que viera de Curitiba especialmente para apoiar o time. É, a equipe ainda sediava seus jogos na capital paranaense:

"Olê, lê-á,
Requi-sona
Olê, lê-á,
Requi-sona"

O público que abarrotava as arquibancadas do ginásio Paschoal Thomeu, o Thomeusão, de forma criativa, conseguia gritar o nome quase impronunciável de sua equipe do coração. Pouco tempo depois, o Rexona fixou residência no Rio de Janeiro, deixando o Paraná órfão de um time de ponta.

E a UnG? Sem um refrão tão bacana para apoiar suas jogadoras, obviamente, não sobreviveu àquela Superliga.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Craque de bola

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, fez piada com a presidenta do Chile, Michelle Bachelet, que perdeu o sapato quando deu o pontapé simbólico na inauguração das reformas do estádio do sul do Chile.

"Sabemos que a senhora presidente é boa jogadora", afirmou Blatter, que provocou risos da mandatária do país durante jantar que a presidência ofereceu a Blatter e ao ex-jogador Franz Beckenbauer. Ambos estão no Chile para a abertura do Mundial feminino sub-20, que será jogado em quatro estádios construídos para a competição.

No dia 5 de novembro, Bachelet perdeu o sapato do pé direito. Segundo algumas testemunhas, ao dar o pontapé inicial, o calçado voou mais longe do que a bola.

"Vimos o aspecto técnico de seu chute. Muito lindo, perfeito", afirmou Blatter, causando risada entre os presentes. "Naturalmente, todos os jogadores presentes aqui sabem que, em alguns momentos, podem perder a chuteira, mas isso não é tão grave. Pelo contrário, esta foi para o mundo inteiro uma promoção de seu lindo país", acrescentou Blatter, enquanto Bachelet ia às lágrimas, de tanto rir.

A abertura do Mundial feminino sub-20 está prevista para esta noite, em Coquimbo, 458 km ao norte de Santiago. Bachelet, Blatter e Beckenbauer estarão na tribuna de honra. A competição vai até 7 de dezembro e também terá jogos no bairro de La Florida, em Santiago, e nas cidades de Temuco e Chillían, respectivamente a 673 e 403 km ao sul de Santiago.

Acerto de contas

O ex-tenista e magnata romeno Ion Tiriac (o tiozinho da foto ao lado), 69, confessou que tem 33 filhos, sendo que apenas três são reconhecidos por ele e levam seu sobrenome. Outros 30 são bastardos. Tiriac contou que quer dividir sua fortuna em partes iguais com todos os seus descendentes.

"Tenho três filhos oficiais e 30 não-oficiais e acredito que todos têm direito à mesma parte", declarou Titiac ao jornal "Jurnalul National", da Romênia.

Apesar disso, Tiriac acredita que os filhos não deveriam receber tudo dos pais, porque isto não estimularia o desenvolvimento de sua personalidade e do espírito competitivo.

"Se cai tudo do céu, serão uns inválidos", criticou.

Em seu país, só se conhece um de seus descendentes, o jovem Ion Ion Tiriac, casado com uma modelo romena e que deu dores de cabeça ao pai por conta de histórias recheadas de drogas e suas várias aventuras amorosas.

Tiriac faz essas referências em uma longa e polêmica entrevista com detalhes inéditos sobre sua vida privada. "Gostei muito das mulheres, mas não me recordo mais porque", afirmou o ex-tenista.

Considerado como um "guru" da modalidade, Tiriac dispõe de uma fortuna classificada pela revista "Capital" como a segunda maior da Romênia, com valor estimado em 2,4 bilhões de euros, distribuídos entre os setores bancário, de seguros, automobilístico, comércio e negócios imobiliários. Por sua vez, a revista "Forbes" o coloca na nona posição entre os dez solteiros mais ricos do planeta.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Demissão vitalícia

Elton John, acredite se quiser, pediu demissão como presidente vitalício do Watford. Não, o glorioso cantor britânico não se matou. O compositor de "Nikita" e "Song for guy" simplesmente pediu para sair, por estar em desacordo com a forma como o clube está sendo administrado (a equipe caiu para a segunda divisão).

Com isso, Elton John comunicou sua demissão ao presidente mdo clube, Graham Simpson, que, durante seu mandato viu o clube cair. Além disso, Simpson demitiu o jovem técnico Adrian Boothroyd, muito amigo do cantor.

"Elton deseja toda a sorte de êxitos para o time no futuro, mas em virtude da trajetória dos últimos meses, considera que não pode continuar unido mediante nenhum vínculo formal com o clube", informa a página do cantor na internet.

O músico foi nomeado presidente vitalício do Watford em reconhecimento a sua longa vinculação com o clube, comprado por ele em 1976. Após sua chegada, a equipe subiu à elite do futebol inglês. Em 1983 foi vice-campeão nacional e, um ano depois, perdeu a final da Copa da Inglaterra para o Everton.