Dito os elogios, vamos às críticas. E desta vez, de forma surpreendente até, não vão diretamente para os organizadores. Em 2007 havia largado com meu amigo Tales Torraga bem na frente. Tivemos pouco problema com retardatários e acredito que já no fim da Consolação o ritmo da prova estava bem agradável para a gente. Mais veloz, o Tales seguiu sozinho adiante na Av. São João. O sol estava escaldante e me esforcei para apenas não fazer meu pior tempo na prova, terminando em pouco mais de 1h36min. Estava moído, mas ainda encarei uma festa de Réveillon até as 5h, 6h.
Neste final de 2008, larguei com outro amigo ex-Folha, o Leandro Valverdes, carinhosamente apelidado de Valdomiro, já nem sem mais por qual razão, e sua namorada. Dessa vez, saímos bem de trás. Demoramos cerca de 10 minutos, após o começo da corrida, para ultrapassarmos o pórtico de início da prova.
Mas isso não foi nada. Na av. Paulista, o trânsito estava extremamente congestionado. Muitas vezes tinha que andar. Ultrapassei dois participantes obesos, que não poderiam estar correndo uma prova de rua, ainda mais a São Silvestre, que possui uma das piores altimetrias do calendário paulistano (das que conheço, só perde para a Maratona de SP). Das duas, uma. Ou aqueles caras pararam bem antes da subida da av. Brigadeiro Luís Antonio ou chegaram correndo até o final, estraçalhando seus joelhos com o sobrepeso.
Mas não foi só isso. Muita gente já caminhava logo na virada para a r. da Consolação, antes de a prova de 15 km completar seus primeiros mil metros e muito antes de enfrentarem sua primeira subida!
Só consegui um espaço razoável para me movimentar, sem ter que me desviar de retardatários a torto e a direito, já no final da av. Rio Branco. Não, não sou atleta de elite. E estou bem longe de ser dos amadores mais velozes. No entanto, é impressionante o exército de despreparados que decide participar da São Silvestre.
Finalizar uma SS é, de fato, uma das formas mais empolgantes de se despedir do ano. Comecei a correr em abril de 2003, mas decidi fazer minha primeira SS só no ano seguinte, quando julguei estar preparado para uma prova desgastante como essa.
Terminar a prova do dia 31 me mostra que passei mais um ano saudável, sem grandes atropelos na balança e que tenho conseguido manter uma rotina minimamente saudável de treinamentos, apesar de meu trabalho, tantas vezes estressante, desgastante e que exige tanto tempo de dedicação.
Após minha chegada, 1h34min37s depois, segundo meu cronômetro, pude acompanhar grande quantidade de corredores que passavam mal, desmaiavam após finalizar o percurso ou vomitavam. Alguns eram removidos de maca.
Lógico que há uma parcela de culpa dos organizadores, de alertar os amadores, de forma mais efetiva, a só disputar a prova se tiverem condições físicas mínimas para tanto. Mas acho que falta também responsabilidade entre os participantes. Espero que isso não gera tragédias.
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