sábado, 2 de junho de 2007

Confissão premiada no ciclismo

A situação do ciclismo anda tão caótica que a UCI (União Ciclística Internacional) pensa em instituir uma novidade nos meandros jurídicos: a confissão premiada. A entidade pretende incentivar que mais estrelas se auto-denunciem, diante dos controles precários que eram feitos até 1998, quando a modalidade começou a ser enlameada por escândalos periódicos.

Nas últimas semanas, dois ex-campeões da Volta da França, principal evento de ciclismo de estrada, tiveram as carreiras postas em cheque pelo uso de EPO (eritropoietina): o dinamarquês Bjarne Riis (campeão em 1996), que confessou o delito e o alemão Jan Ullrich (vencedor no ano seguinte), cujo massagista disse publicamente que lhe aplicava injeções da droga.

"Para criar um novo futuro, temos que admitir o passado e aprender com ele. Só assim poderemos limpar nosso esporte", disse Anne Gripper, diretora de antidoping da UCI. "Esperamos que as confissões na Alemanha e na Dinamarca sirvam de exemplo para outros ciclista e países. Espero que haja novas confissões."

Enrico Carpani, porta-voz da UCI, admitiu a possibilidade de confissão premiada. "Mas precisamos de algum tempo para decidir."

Além dos casos de Riis e Ullrich, dezenas de outros ciclistas foram implicados na Operação Porto, na Espanha, que desbaratou grupo que fornecia drogas a atletas.

Alguns já foram beneficiados por decurso de prazo. É o caso de Erik Zabel, ciclista na ativa, que confessou doping, mas não pôde ser punido. Ele admitiu o uso de EPO em 1996, mas garantir estar limpo desde então.

A expiação lhe fez bem. Na quinta-feira, ele venceu a segunda etapa da Volta da Bavaria, na Alemanha.

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