sexta-feira, 8 de junho de 2007

China veta o tchan olímpico

A China, mais uma vez, mostra que é um país tradicionalista e pudico. A seleção para voluntárias que irão participar das cerimônias de premiação na Olimpíada de Pequim, em 2008, segue critérios um pouco esdrúxulos, para dizer o mínimo.

Foram vetadas moças com traseiros grandes, tatuagens e piercings. Além disso, as voluntárias devem ter um odor agradável. Isso mesmo. As fedidas e com mau hálito estão vetadas.

Os testes ainda não começaram, mas as candidatas já irão atuar nas dezenas de eventos-teste, que serão realizados a partir do mês que vem até o início de 2008.

"As moças não podem cheirar mal porque provocariam mal-estar nos esportistas", explicou Li Ning, especialista em formação de voluntários olímpicos, sem se lembrar que após uma estafante competição os atletas não estarão, assim, tão cheirosos.

Não bastasse isso, as moçoilas também terão que ter a pele boa e brilhante e possuir boa visão. "Há garotas que colocam vários brincos na orelha, o que fere nossos critérios", afirma Li.

Pequim já selecionou 208 mulheres para os 23 testes pré-olímpicos programados.

Por outro lado, Li Ning contou que não há rapazes selecionados para a função. Mas pedirá ao Bocog (Comitê Organizador dos Jogos de Pequim), que também escale homens para as premiações. "Os homens são mais solenes e melhorariam o ambiente das cerimônias de entrega de medalhas. Além disso, atrairiam mais mulheres aos Jogos Olímpicos", acredita.

Fontes ligadas ao Bocog afirmaram que o COI não estipula que não se possa utilizar rapazes na cerimônia e deram como exemplo a Olimpíada de Atenas, em 2004, no qual eles fizeram essa função. As meninas do pódio estão sendo selecionadas em cinco escolas de etiqueta, mas os organizadores pretendem abrir concorrência pública a quem quiser participar.

Demissão por justa causa

Uma despedida de solteiro causou a demissão do goleiro Jamie Langfield, 27, do Aberdeen, um dos principais times da primeira divisão da Escócia.

O clube retirou sua oferta para renovar o contrato do arqueiro depois que os dirigentes souberam dos festejos feitos na Espanha pelo jogador, que se casa hoje.

"Ele já tinha dado dois ou três deslizes semelhantes durante a temporada. Agora, passou um pouco dos limites", reclamou Jimmy Calderwood, técnico da equipe, em entrevista à BBC.

Langfield, por sua vez, disse estar arrependido pelos excessos cometidos. "Era minha despedida de solteiro e estava bêbado. Acredito que todo mundo já passou por situação parecida e se arrependeu em seguida do que fez", afirmou, sem entrar em maiores detalhesm ao diário "Daily Mail".

Langfield, que recentemente recusou proposta do Glasgow Rangers, pediu desculpas públicas. "Pedi perdão. Mas se já decidiram isso [demiti-lo], terei que seguir com minha vida."

Verdinhas em campo

Enquanto ainda ninguém sabe se o Pan do Rio será um escoadouro de dinheiro público, sem grande lucro para o país, os organizadores da Copa da Alemanha-2006 anunciaram que a competição rendeu 2,9 bilhões de euros ao país. O estudo foi encomendado pela Federação Alemã de Futebol.

A pesquisa, feita pelo Instituto Federal de Ciências do Esporte, estimou em 1,3 milhão o número de estrangeiros que visitaram o país durante o Mundial (de 9 de junho a 9 de julho). Desses, 390 mil assistiram aos jogos. O evento criou 38 mil empregos.

Nossos desejos e esperanças antes do Mundial foram realizados: melhoramos a infra-estrutura do país, mudamos a imagem da Alemanha e modernizamos nossos estádios", destacou Horst Schmidt, secretário-geral da federação alemã.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Virandu espanhol


É impossível não se emocionar ou se intimidar com um estádio inteiro entoando um hino nacional. As más línguas dizem inclusive que na Copa de 98, os brasileiros amarelaram antes mesmo de o jogo começar, quando os franceses cantaram a plenos pulmões a Marselhesa.

Até que ponto o hino influi na intimidação ou no estímulo de uma equipe antes de entrar em jogo não se sabe. O fato é que a Espanha, cujo hino não tem letra, coleciona fracassos na esfera esportiva. A melhor colocação de uma seleção espanhola, por exemplo, em uma Copa do Mundo foi em 1950, quando a Fúria alcançou as semifinais. Nada satisfatório dado que a Espanha mantém uma longa tradição no futebol e uma das melhores ligas do mundo.

No esporte olímpico, não é diferente. Em Atenas, os espanhóis ficaram em 20º lugar no quadro de medalhas com somente (pasmem!) três ouros. Nós, aqui, tupiniquins do terceiro mundo, amealhamos cinco primeiros lugares. E durante cinco vezes, ouvimos e cantarolamos o hino nacional ou Virandu, como preferem alguns.

Atento a essa “desvantagem”, o presidente do Comitê Olímpico Espanhol, Alejandro Blanco, iniciou uma campanha para que se crie uma letra para a Marcha Real, como é conhecido o hino nacional espanhol.

"Se há oito milhões de pessoas te assistindo pela TV em uma Copa do Mundo, 60 mil no estádio e todos cantam ao mesmo tempo, isso dá uma sensação de união, inclusive de intimidação ao rival”, argumenta Blanco.

A proposta de Blanco, motivada por queixas de atletas, já ganhou força política e, nesta semana, deve ser apresentado um projeto de lei no congresso espanhol para que se crie uma comissão para compôr a letra.

Se o projeto for levado a cabo, os atletas espanhóis não precisarão passar mais pelo constrangimento de ficarem apenas no lalalalarilalá ou com as bocas fechadas, como na foto aí em cima.

sábado, 2 de junho de 2007

Confissão premiada no ciclismo

A situação do ciclismo anda tão caótica que a UCI (União Ciclística Internacional) pensa em instituir uma novidade nos meandros jurídicos: a confissão premiada. A entidade pretende incentivar que mais estrelas se auto-denunciem, diante dos controles precários que eram feitos até 1998, quando a modalidade começou a ser enlameada por escândalos periódicos.

Nas últimas semanas, dois ex-campeões da Volta da França, principal evento de ciclismo de estrada, tiveram as carreiras postas em cheque pelo uso de EPO (eritropoietina): o dinamarquês Bjarne Riis (campeão em 1996), que confessou o delito e o alemão Jan Ullrich (vencedor no ano seguinte), cujo massagista disse publicamente que lhe aplicava injeções da droga.

"Para criar um novo futuro, temos que admitir o passado e aprender com ele. Só assim poderemos limpar nosso esporte", disse Anne Gripper, diretora de antidoping da UCI. "Esperamos que as confissões na Alemanha e na Dinamarca sirvam de exemplo para outros ciclista e países. Espero que haja novas confissões."

Enrico Carpani, porta-voz da UCI, admitiu a possibilidade de confissão premiada. "Mas precisamos de algum tempo para decidir."

Além dos casos de Riis e Ullrich, dezenas de outros ciclistas foram implicados na Operação Porto, na Espanha, que desbaratou grupo que fornecia drogas a atletas.

Alguns já foram beneficiados por decurso de prazo. É o caso de Erik Zabel, ciclista na ativa, que confessou doping, mas não pôde ser punido. Ele admitiu o uso de EPO em 1996, mas garantir estar limpo desde então.

A expiação lhe fez bem. Na quinta-feira, ele venceu a segunda etapa da Volta da Bavaria, na Alemanha.